Está a pensar em criar uma poupança para o seu filho até atingir a idade adulta? Esta é uma preocupação para a maioria das famílias, mas a dificuldade é escolher o produto que apresenta a melhor remuneração. No dia em que se comemora o Dia Mundial da Criança, o i fez uma ronda pelos vários instrumentos de poupança para ajudá-lo nessa tarefa.
A escolha recai geralmente nos depósitos a prazo pensados para os mais novos. A explicação é simples: são produtos sem risco e, mesmo em caso de falência do banco, beneficiam do Fundo de Garantia de Depósitos, que salvaguarda poupanças até 100 mil euros. Mas tal como acontece em anos anteriores, o retorno deste produto é pouco atrativo.
“Os depósitos a prazo, quando apresentam boas rendibilidades, afirmam-se como opções atrativas para as famílias, com uma segurança muito grande”, refere ao i Sérgio Pereira, diretor-geral da plataforma gratuita ComparaJá.pt, o que acaba por ser benéfico até porque, “nestes casos em que o objetivo é juntar dinheiro para o futuro da criança, à partida não vai precisar de fazer mobilizações antecipadas”.
A verdade é que, de acordo com a ronda feita por esta plataforma, os depósitos rendem zero ou quase zero (ver quadro ao lado). Mas vamos a números. No caso da taxa anual nominal líquida (TANL) mais baixa encontrada (0,036%), há duas opções de escolha: a Caixa Geral de Depósitos ou o Bankinter. No entanto, este último exige um montante mínimo inicial superior. “Num depósito a prazo de 180 dias, com um investimento de 500 euros e com uma TANL de 0,036%, o retorno será de apenas 18 cêntimos. Ficará, após 180 dias, com 500,18 euros”, revela o responsável.
No entanto, é possível encontrar no mercado taxas mais elevadas, mas para isso precisa de investir mais. É o caso, por exemplo, do ActivoBank, com o depósito a prazo Poupança Start. “Ao investir o mínimo deste serviço, 3 mil euros, consegue obter ao fim de 183 dias, com uma TANL de 0,72%, um retorno de 21,60 euros. Logo, no final deste depósito a prazo terá 3021,60 euros”, salienta Sérgio Pereira.
Mas nem tudo são vantagens. Além de dar pouco retorno, este depósito implica um investimento bastante elevado. “Nem todas as famílias têm três mil euros disponíveis para poderem investir num depósito a prazo para o futuro das suas crianças”, admite ao i.
Opção mais rentável
Para a plataforma ComparaJá.pt, no caso de pretender fazer um investimento para o futuro das crianças, o melhor será optar por seguros de capitalização. “Com estes produtos financeiros, o seu dinheiro será investido até ao final da vigência do contrato. Ou seja, o dinheiro que investiu e os juros desse valor serão reinvestidos todos os anos em novos ativos, para que o seu dinheiro seja potencializado”, salienta Sérgio Pereira.
Apesar de serem produtos financeiros de maior risco, o retorno é superior. Poderá optar por duas modalidades: ou tem entradas periódicas, em que coloca um montante mensalmente, ou tem apenas uma entrega única. Os seguros de capitalização, por norma, não têm reforços (note que reforços são diferentes entregas periódicas), e se pretender fazer um resgate antecipado sofrerá penalizações (ver quadro ao lado).
Face aos cenários atuais de baixa rendibilidade, este tipo de produto financeiro pode ser a solução para um investimento a longo prazo, ao invés dos produtos tradicionais. “A tributação dos seguros de capitalização diminui ao longo do tempo do investimento, ou seja, estes têm vantagens fiscais relativamente a outros produtos financeiros”, refere o diretor da plataforma de simulação de produtos financeiros.
Poderá ainda optar por fundos de ações, que rendem bastante mais, mas também acarretam maiores riscos, e deverá ter conhecimentos nesta área ou um gestor que trate do seu fundo de ações.
Mais soluções
Outra alternativa passa por investir nos certificados do Tesouro Poupança Mais, que também têm capital garantido. Mas nem tudo são vantagens neste produto financeiro. Tem dois inconvenientes para este tipo de poupanças: por um lado, o montante mínimo é de mil euros, e, por outro, não permite reforços nem a mobilização do dinheiro no primeiro ano. Isto significa que poderá não ser o produto mais adequado para quem pretenda fazer entregas regulares de pequeno montante. As taxas de juro são crescentes durante cinco anos, variando entre 1,25 e 2,25% brutos. Além disso, nos últimos dois anos pode ainda existir uma bonificação em função do crescimento do produto interno bruto (PIB).
Já os certificados de aforro são um produto mais adequado para pequenas poupanças e entregas regulares, pois o montante mínimo é de apenas 100 euros e permite reforços, mas conte com um juro em ponto pequeno: a taxa de juro bruta ronda os 0,6%.