Taxas de juro em queda

As taxas de juro da dívida pública portuguesa continuam a descer. Desde os 4,30% atingidos para a dívida com o prazo de dez anos a 16 de março, essa mesma taxa tem vindo numa sólida tendência de descida, e está agora (10:55 de 1 de junho) a 3,05%. Já não falta muito para desceram dos…

Obviamente, é melhor pagar menos de juros do que pagar mais. O IGCP, o organismo estatal que gere a dívida pública, tem metade das necessidades de financiamento do Estado para este ano já asseguradas (também estamos a meio do ano, o que significa que a pressa em obter os empréstimos não é demasiada) e, segundo a imprensa, está a preparar uma operação de endividamento com um prazo muito longo, embora este ainda não seja conhecido (15 anos? 20? 30?)

Esta descida das taxas de juro significa que os investidores estão mais confiantes na robustez da economia portuguesa, pelo que acham agora mais provável que lhe reembolsemos o dinheiro, e por isso pedem taxas de juro menores. Só as três grandes agências de rating, teimosamente, não se mexem, deixando a dívida portuguesa na classificação de “lixo”, impedindo muitos investidores de a comprar e de com essas compras fazerem as taxas de juro baixarem ainda mais.

Enfim, as agências de rating enganaram-se muito no passado, atribuindo notações excessivamente elevadas a entidades que não as mereciam (Portugal incluído), e agora, por medo de se enganarem novamente, não sobem os ratings, quando já os deviam estar a subir. Por causa disso, pagamos juros mais altos do que o devíamos. Protestar contra as agências de rating pode não adiantar seja o que for, a não ser que nos sintamos um pouco melhor.