Um estudo da CTGP-IN, divulgado esta sexta-feira, mostra que as mulheres portuguesas têm mais habilitações do que os homens, mas ocupam lugares com níveis de qualificação mais baixos e têm salários inferiores – os ordenados são cerca de 16,7% mais baixos do que os dos homens.
“60% do emprego total com o ensino superior é composto por mulheres e cerca de 49% com o ensino secundário ou pós-secundário também", mas "até ao 9.º ano os homens são maioritários (57% do total)", refere o estudo.
A investigação mostra que as trabalhadoras portuguesas não só "auferem salários base mais baixos do que os seus companheiros de trabalho do sexo masculino", como "ocupam sistematicamente níveis de qualificação mais baixos quando comparadas com os trabalhadores homens na mesma situação".
"Por exemplo, 41% dos homens trabalhadores licenciados estão classificados como quadros superiores, enquanto entre as mulheres a percentagem desce para os 29%", sendo que "o mesmo sucede relativamente aos bacharelatos (30% face a 19%), mestrados (45,5% face a 26,9%) ou doutoramentos (73% face a 67%)", conclui o estudo.
A CGTP fala em "diversos tipos de discriminação, quer relativamente às atividades e profissões que desempenham – habitualmente associadas a baixos salários -, quer no acesso e ascensão na carreira, discriminações com origem em estereótipos de diversa ordem que são usados pelo patronato para as sujeitar a uma maior exploração".