Juiz Carlos Alexandre defende a liberalização do comércio de drogas

O juiz Carlos Alexandre foi outra das personalidades que marcou presença nas Conferências do Estoril.

No discurso que apresentou nas Conferências do Estoril, o juiz Carlos Alexandre defendeu a liberalização de algum comércio de drogas, mantendo-o sob controlo estatal. «Não apenas retiraria dos circuitos do crime comum os 50% a 60% de drogados e pequenos traficantes que para ele contribuem, como reduziria drasticamente a expressão do crime organizado», afirmou o juiz, responsável pela Operação Marquês, sublinhando que o tráfico de drogas é uma das principais fontes de financiamento do crime organizado.

«Os demais tráficos ilícitos – de armas, de prostitutas, de empregos, de materiais nucleares, etc. – passariam a enfrentar dificuldades de alimentação financeira que hoje os não preocupa», prevê o magistrado, que interveio num painel dedicado ao tema da corrupção, juntamente com o juiz brasileiro Sérgio Moro, o espanhol Baltasar Garzón e o italiano Antonio Di Pietro.

Antes disso, Carlos Alexandre aproveitou para fazer um pedido aos cidadãos e aos meios de comunicação portugueses: «Esta coisa do ‘super-juiz’ tem de parar, porque não me revejo nela e cria muitos anticorpos».