Nos primeiros cinco meses deste ano fugiram das prisões portuguesas seis reclusos, um número que é igual ao total de evadidos durante todo o ano passado. E se recuarmos dois anos, o número de fugitivos entre janeiro e maio de 2017, representa o triplo de evadidos durante todo o ano de 2015. Nesse ano apenas dois reclusos fugiram das prisões.
Os números são do Ministério da Justiça, que sublinha que quase todos os evadidos foram recapturados. A exceção, diz a tutela ao SOL, são Jeki Matos, que fugiu do Estabelecimento Prisional de Caxias em fevereiro, e um recluso de nacionalidade espanhola que se evadiu em abril. Estes dois reclusos estão por «recapturar».
Apesar do aumento de casos, o gabinete de Francisca Van Dunem informa que «o número reduzido de evasões que foi registado não permite extrapolar qualquer tendência evolutiva», frisando que, em Portugal, as fugas «são raras e anómalas». No entanto, a tutela reconhece que «nenhum sistema prisional é 100% infalível».
Sobre o tempo médio das fugas e questionada sobre se a evasão de 100 dias de Jeki Matos representa um recorde, a tutela diz ao SOL que «não existe estatística que permita essa avaliação», porque «há ocorrências contabilizadas como evasões em que as pessoas são recapturadas minutos depois de se terem evadido».
Para reforçar a segurança dos estabelecimentos prisionais, o Governo tem vindo a «remodelar o sistema de videovigilância nas 49 cadeias», com a «reparação ou substituição integral dos equipamentos» e a instalar um novo sistema de rádio nas prisões e carros celulares. Foi também lançado, diz a tutela, um concurso para integrar mais 400 guardas prisionais no sistema. Tudo investimentos, diz Van Dunem, «que já estavam previstos antes de três reclusos se terem evadido do EP de Caxias».