A primeira-ministra britânica escolheu um tom relativamente severo para responder ao ataque terrorista da noite de sábado em Londres, em que sete pessoas morreram e cerca de 50 ficaram feridas, algumas com gravidade. “Chegou o momento de dizer: basta”, disse Theresa May, num discurso na manhã deste domingo, no número 10 de Downing Street.
May confirmou que os ataques dos últimos meses não estão ligados, mas falou de um novo tipo de terrorismo. Os atacantes, afirmou, já “não atuam apenas através de estratagemas cuidadosamente preparados e depois de anos de preparação e treino, nem apenas como atacantes radicalizados online, mas copiando-se uns aos outros e recorrendo aos meios mais simples de ataque.”
British Prime Minister Theresa May: "Our values – pluralistic British values – are superior to anything offered by the preachers of hate" pic.twitter.com/11tq3Dl9SE
— CNN (@CNN) June 4, 2017
Ao contrário do que aconteceu na sua resposta ao atentado bombista em Manchester, há quase duas semanas e em que Theresa May praticamente não falou de reformas políticas, desta vez a primeira-ministra britânica propôs medidas e criticou a comunidade muçulmana no Reino Unido por conceder “visivelmente demasiada tolerância ao extremismo”.
May afirmou que as correntes “islamistas radicais” por detrás da recente onda de ataques são “uma preversão do islão”, mas defendeu também que “não podemos e não devemos fingir que as pessoas podem continuar a este passo”. “As coisas têm de mudar e têm de mudar”, disse, a apenas quatro dias das eleições legislativas.
O seu Partido Conservador e a principal oposição trabalhista – que tem encurtado as distâncias nas sondagens – decidiram suspender a campanha até segunda-feira. Apesar disso, May afirmou que há quatro reformas a fazer: reforçar os ideais britânicos de uma sociedade pluralista e impedir a disseminação do radicalismo tanto nos meios muçulmanos como online.
Defendeu, para além disso, uma “estratégia robusta de anti-terrorismo”, reforçando penas de crimes ligados a ofensas terroristas, por exemplo. “Todo o país deve unir-se para combater este extremismo, e precisamos de levar a nossa vida não em comunidades segregadas e separadas, mas como um reino verdadeiramente unido.”