No final de 2016, o prejuízo do Estado com a nacionalização do Banco Português de Negócios já ultrapassava os 3,66 mil milhões de euros.
Segundo o relatório de Tribunal de Contas divulgado ontem, “o saldo acumulado das receitas e despesas orçamentais decorrentes da nacionalização e reprivatização do BPN e da constituição e funcionamento das respetivas sociedades-veículo Parvalorem, Parups e Parparticipadas, ascendia a 3.660,7 milhões negativos”.
A decisão de nacionalizar o Banco Português de Negócios foi tomada pelo governo Sócrates em novembro de 2008. Na altura, o então ministro das Finanças Teixeira dos Santos justificou a decisão por causa da situação “excecional”, “anómala” e “delicada” em que se encontrava o banco, “muito perto da iminente ruptura de pagamentos”.
O relatório do Tribunal de Contas divulgado ontem soma os prejuízos acumulados pelo Estado à conta do Banco Português de Negócios desde 2011, ano em que o Estado perdeu 735,8 milhões com o banco.
Em 2012, as perdas à conta do BPN custaram 966,4 milhões aos contribuintes. Em 2013, o Estado gastou com o banco que foi gerido por Oliveira e Costa e Dias Loureiro 468,0 milhões (2013), em 2014 perdeu 476,6 milhões e no ano seguinte 593,9
milhões. O valor provisório dos prejuízos em 2016 é de 420,0 milhões, sendo possível que ainda venham a aumentar.
Em maio passado, Oliveira e Costa, o antigo presidente do BPN, foi condenado a 14 anos de prisão. “Esta foi a maior burla da história da justiça portuguesa julgada até ao momento”, disse o juiz Luís Ribeiro, que presidiu ao coletivo que julgou os antigos administradores.