Streaming. Clientes da MEO vão ter acesso aos conteúdos da Netflix ainda em 2017

Altice fecha acordo para disponibilizar serviço em França, Portugal, Israel e República Dominicana. Empresa sublinha que parceria está no âmbito do investimento que a empresa tem feito em conteúdos.

A Altice, dona da MEO, fechou uma parceria com a Netflix para disponibilizar este serviço nas plataformas dos operadores que detém em França, Portugal, Israel e República Dominicana.

O acordo permite que quase 50 milhões de clientes nestes países passem a ter acesso à plataforma Netflix em streaming direto. Assim, a Vodafone deixará de ser o único operador em Portugal a disponibilizar o serviço.

O primeiro mercado onde a Altice vai lançar o Netflix será o francês, já hoje. Ao longo de 2017, o serviço chegará aos restantes países. A data em que chega a Portugal está por anunciar.

De acordo com o comunicado emitido pela Altice, o acordo tem a duração “de vários anos” e, acrescenta uma fonte oficial da MEO ao “JdN”, “significa que durante 2017 os clientes MEO vão poder aceder ao Netflix através da sua MEO box”.

No mesmo comunicado, a Altice sublinha que o acordo se enquadra no âmbito do investimento em conteúdos e desporto que o grupo tem feito “com as produções originais através dos estúdios Altice, da aquisição de séries e filmes e de parcerias de distribuição locais e globais”.

O presidente executivo da Altice revelou ainda que o grupo está entusiasmado com o lançamento da “parceria global com a Netflix”. Michel Combes acrescentou: “A nossa estratégia de experiência centrada nos conteúdos foca-se em expandir o nosso compromisso de fornecer os melhores conteúdos aos nossos clientes, combinando o serviço Netflix com a vida do cliente da Altice, tornando ambos mais atraentes”.

 

Conteúdos

Por seu lado, o presidente executivo da Netflix, Reed Hastings, salientou que “com esta parceria global e graças a mais de 1000 horas de novos conteúdos originais da Netflix previstos para 2017, os clientes da Altice poderão ter acesso e desfrutar o melhor entretenimento num único lugar”.

A parceria entre a Altice e a Netflix não é impeditiva da entrada do Zive, serviço de “video on demand”, em Portugal. O objetivo da Altice passa por expandir o Zive a outros mercados onde a marca tem presença, e Portugal faz parte do mapa.

Este anúncio é feito numa altura em que a Altice está a ponderar fazer uma proposta para comprar a Media Capital à espanhola Prisa.

Na sexta-feira a CMVM tornou público ter pedido tanto à Altice como à Media Capital que esclarecessem os contornos do alegado negócios para que a dona do MEO compre a empresa proprietária da TVI.

Com os hábitos de ver televisão a mudarem e o consumo linear a cair, as operadoras têm apostado em serviços alternativos, como o de “streaming”, para cativar clientes.

A Netflix é um dos exemplos de maior sucesso deste tipo de plataformas. A operar em Portugal desde o outono de 2015, fechou o ano de 2016 com receitas de 8,3 mil milhões de dólares, um crescimento de 35% face às receitas geradas em 2015. A subida das receitas acompanha o número de subscritores.

Nos últimos três meses do ano passado houve mais 7 milhões de subscrições do serviço de streaming, o recorde da empresa. Perto de 5,1 milhões de subscritores são de fora dos EUA.

No total do ano passado, foram feitos mais de 19 milhões de subscrições do serviço, depois de em 2015 o número já ter aumentado 17 milhões.

Além de continuar a expansão global, em 2017 a empresa quer melhorar o serviço, disponibilizar mais conteúdo offline e aumentar o catálogo de conteúdos originais. A Netflix espera chegar aos 100 milhões de subscrições durante este ano.

A expectativa para crescimento é também maior porque a partir de 2018 os cidadãos europeus poderão aceder às suas plataformas de entretenimento online, como por exemplo a Netflix, em toda a Europa.

 

Mil milhões de noites

“As pessoas que subscreveram as suas séries favoritas, música e eventos desportivos em casa poderão desfrutá-los quando viajam pela Europa”, disse o vice presidente da Comissão Europeia com o pelouro do Mercado Único Digital.

“Este acordo traz vantagens concretas para os europeus”, disse Andrus Ansip, citado pela agência France Press.

Os europeus passam mil milhões de noites por ano noutros países da UE e dificilmente conseguem aceder às suas assinaturas fora do seu país.

Hoje em dia, um assinante do serviço de streaming da Netflix em Portugal que estiver, por exemplo, em França só conseguirá aceder à Netflix “francesa”, que poderá ter conteúdos diferentes da versão nacional.