Depois de o i noticiar que a sobrinha de Carlos César (presidente e líder de bancada do PS) fora contratada pela Gebalis sem ser sujeita a uma entrevista de emprego, a administração da empresa da Câmara Municipal de Lisboa emitiu um esclarecimento que rezava o seguinte:
“O Conselho de Administração da Gebalis nega o escrito no primeiro parágrafo da notícia publicada pelo jornal i na edição de hoje, quarta-feira, dia 14 de junho, sobre a inexistência de entrevista presencial de aferição de conhecimentos técnicos e características pessoais e relacionais desejadas para a função à trabalhadora Maria Inês Vale César.”
A administração, que é liderada por Pedro Pinto Jesus – ex-adjunto de Duarte Cordeiro, vice-presidente socialista da Câmara de Lisboa -, lamentava ainda “que a notícia tenha sido elaborada sem ter havido qualquer tentativa de contacto prévio de confirmação da informação, somando-se o facto de não terem consultado o comunicado publicado no sítio oficial da empresa no dia 13 de junho”.
Esse comunicado repudiava “as acusações de favorecimento no recrutamento da trabalhadora Maria Inês Vale César, conforme notícia publicada no ‘Observador’”, atentando que se dera “análise de candidaturas adequadas à função a recrutar”, “realização de entrevista presencial de aferição de conhecimentos técnicos e características pessoais e relacionais desejadas para a função, por dois entrevistadores (1 Dirigente e 1 Técnico)” e uma “decisão do Conselho de Administração, suportada pela proposta técnica e comunicação a todos os Candidatos, selecionados e não selecionados, do resultado do processo”.
No esclarecimento enviado ao i, a administração de Pedro Pinto Jesus insistia:
“Contrariamente ao citado, o processo decorreu entre novembro e dezembro de 2016, cumprindo o procedimento em vigor na empresa, através de concurso e com júri idóneo composto por um dirigente e um técnico superior, que se disponibilizam para os esclarecimentos tidos como necessários”, reiterando que, desde 2008, a Gebalis implementou um procedimento criterioso de recrutamento de pessoal, evoluindo em relação às práticas de recrutamento existentes no passado.”
Contactada pelo i, a comissão de trabalhadores da empresa de gestão de bairros sociais afirma que desconhece “a existência de qualquer procedimento concursal para provimento do lugar da dra. Inês César” e, de igual modo, “o seu anúncio, o número de candidatos, a classificação final e as respetivas deliberações de abertura e de contratação”.
“O modo de recrutamento externo da dra. Inês César tem contornos que desconhecemos”, concluiu a comissão de trabalhadores da Gebalis ao i, no dia de ontem.