É já neste sábado que a equipa-bonita dos escalões de formação das seleções nacionais entra em cena no Europeu de sub-21, em Bydgoszcz, Polónia, frente à seleção da Sérvia. Os mais de cinco anos sem derrotas oficiais, com Rui Jorge ao comando (fase de apuramento imaculada, com oito vitórias e dois empates), justificam esse estatuto, aliando-se à crueza dos números a alta qualidade do futebol apresentado durante este período. E, acrescente-se também, obviamente a participação na final na última edição, em 2015, onde só pelo infortúnio nos penáltis frente à Suécia do então ainda benfiquista Lindelof os meninos de Rui Jorge não conquistaram um inédito título europeu – já haviam ficado à porta em 1994, no auge sub-21 da chamada Geração de Ouro, com Rui Costa, Luís Figo, João Vieira Pinto, Rui Bento, Abel Xavier, Jorge Costa, Capucho ou Sá Pinto a caírem às mãos de italianos de igual estirpe (basta falar de nomes como Toldo, Panucci, Cannavaro ou Inzaghi…).
À partida, nada há a temer. Olhando para o lote de convocados de Rui Jorge, vê-se mais de uma dezena de jogadores perfeitamente à vontade na cena internacional, seja pelas seleções (inclusive a A), seja pelos clubes. Rúben Neves, Bruno Fernandes, Gonçalo Guedes, Bruma, Ricardo Horta ou Rúben Semedo dão garantias mais que suficientes, e ainda viram o elenco reforçado com João Cancelo e Renato Sanches, este último campeão europeu em França há praticamente um ano. Uma ‘despromoção’ que não preocupa minimamente o selecionador. «Existia uma coisa que de alguma forma eu queria saber antes da convocatória: perceber até que ponto o Renato teria sabido ultrapassar uma decisão e encararia este espaço com a motivação que eu considero necessária para estar aqui. Percebi imediatamente que o Renato estava dentro dessas condições. Está neste espaço de corpo e alma e é mais um jogador deste grupo. Obviamente, ele preferiria ter sido chamado à equipa principal, como qualquer um que está aqui, mas não foram as opções do selecionador e ele percebe perfeitamente», salientou Rui Jorge sobre o médio que esta temporada pouco jogou no Bayern Munique, razão pela qual acabou por ficar de fora dos eleitos de Fernando Santos para a Taça das Confederações.
Outros candidatos
Precaução, porém, impõe-se. É que, no grupo B, aquele onde Portugal está inserido, consta também a poderosa Espanha, campeã em 2011 e 2013 e que tem nas suas fileiras, além do benfiquista Grimaldo, rapazes da estirpe do campeão europeu Asensio, Saúl Ñíguez (Atlético de Madrid), Deulofeu (AC Milan), Bellerín (Arsenal) ou Denis Suárez (Barcelona). Há ainda a Sérvia, precisamente a primeira adversária dos portugueses, cujo grosso dos jogadores convocados é a espinha dorsal da equipa que se sagrou campeã mundial de sub-20 em 2015 – com o benfiquista Zivkovic como estrela-maior. Sobra a Macedónia, em estreia nestas andanças e, como tal, uma perfeita incógnita – embora o apuramento direto, deixando para trás a França, possa desde já indiciar que não haverá aqui facilidades.
E, claro, as seleções dos outros dois grupos – também esta uma novidade: até aqui, eram oito as equipas participantes e a fase inicial tinha apenas dois grupos; este ano, alargou-se a competição para 12 concorrentes, com três grupos, apurando-se o primeiro classificado de cada agrupamento e o melhor segundo. Além da campeã em título Suécia, as outras grandes candidatas serão a Itália e a Alemanha, adversárias no grupo C, ambas reforçadas com jogadores já de estatuto superior, como Donnaruma, Bernardeschi, Berardi, no caso dos italianos, ou Meyer e Gnabry nos alemães. Expetativa também para ver a Inglaterra, galvanizada pelos recentes títulos no Mundial de sub-20 e no Torneio de Toulon, que conta com Redmond, Chalobah, Ward-Prowse ou Pickford, elementos já com estaleca de Premier League.
Tudo somado, estão reunidos os ingredientes para uma grande competição, que arrancou já esta sexta-feira, com o encontro entre a campeã Suécia e a Inglaterra. Até dia 30, a emoção está mais que garantida.