Obrigatório comunicar ataques cibernéticos ao BCE

Os bancos da Zona Euro terão de comunicar ao Banco Central Europeu (BCE) qualquer ataque cibernético de grande dimensão. A comunicação, obrigatória a partir do verão, tem como objetivo travar a ameaça à estabilidade financeira.

A obrigatoriedade, revelada pela vice-presidente do departamento de supervisão do BCE, é implementada um ano depois de o BCE ter criado um sistema de alerta para ataques cibernéticos vocacionado para os bancos.

“Isto irá ajudar-nos a avaliar de uma forma mais objetiva quantos incidentes ocorrem e como evolui a ameaça dos ciberataques. Isso irá ajudar-nos também a identificar vulnerabilidades e armadilhas comuns”, disse Sabine Lautenschläger, citada pelo “Financial Times”.

Este esforço de registo da entidade liderada por Mario Draghi acontece na sequência de uma escalada de ataques de “piratas informáticos” aos sistemas de grandes bancos. Um exemplo é o Liloyd’s, banco britânico que no início do ano ficou mais de dois dias com falhas nos seus serviços digitais.

 “Encarámos os ciberataques de uma forma muito séria, e abordamos isso de vários ângulos. O meu conselho é para que os bancos façam o mesmo. É crucial estar alerta e pronto a reagir”, acrescentou a responsável do departamento de supervisão do BCE.

Provisão de liquidez

O BCE revela que publicou também o acordo de provisão de liquidez, adoptado pelo Conselho de Governadores a 17 de maio.

"A provisão de liquidez de emergência tem como objetivo proporcionar liquidez pelo banco central a entidades financeiras solventes com problemas transitórios de liquidez, fora das operações normais de política monetária do Eurosistema", explicou a instituição com sede em Frankfurt.