O derrube, no passado domingo, de um avião SU-22, das forças governamentais sírias, por um caça F/A-18 Super Hornet norte-americano, perto da cidade de Tabqa, não foi bem recebido pela Rússia, a principal aliada de Bashar al-Assad.
Esta segunda-feira o ministério da Defesa russo emitiu um comunicado, no qual cataloga o ataque como uma “cínica violação da soberania da República Árabe da Síria” e promete vigiar todos as movimentações aéreas das aeronaves pertencentes à coligação internacional, liderada pelos Estados Unidos, que apoia as Forças Sírias Democráticas (SDF), no combate ao Daesh, na província de Raqqa.
“Quaisquer aeronaves, incluindo aviões e drones pertencentes à coligação internacional, que estejam a operar a ocidente do rio Eufrates, serão monitorizadas pelas forças antiaéreas russas e encaradas como alvos”, pode ler-se no comunicado russo, segundo a RT.
Sergei Riabkov, número dois do ministério dos Negócios Estrangeiros russo, criticou igualmente o abatimento do SU-22, por parte das forças da coligação, e apontou o dedo à postura norte-americana. “Independentemente de quem está no poder em Washington, nos EUA habituaram-se a certas normas e circunstâncias, que lhes permitem ignorar o ábecê da conduta no âmbito internacional. O que é isto [o ataque] se não um ato de agressão e uma violação direta do direito internacional?” questionou o diplomata, citado pela imprensa local.
A coligação liderada pelos norte-americanos garante que o abatimento do avião sírio foi realizado “em concordância” com as “regras de autodefesa coletiva”e justificado pelos ataques aéreos levados a cabo pelas forças de Assad às unidades da SDF, em Ja’Din, perto de Tabqa.
Em comunicado, a coligação internacional relatou que fez uma “demonstração de força” e contactou a Rússia para ajudar a por fim aos disparos, mas os bombardeamentos do SU-22, verificados horas depois, motivaram a entrada em cena do Super Hornet e o consequente abatimento da aeronave síria, de fabrico russo.
De acordo com as autoridades russas o piloto do SU-22 conseguiu ejetar-se, antes de ser atingido, mas “o seu destino permanece desconhecido”.