Portugal é o quarto país da EU onde o peso das famílias e empresas na dívida pública é maior. Em primeiro lugar está Malta (27,7%), surgindo depois Hungria (18,1%) e Irlanda (10,8%).
O gabinete de estatística não revela dados de outros anos, mas as famílias portuguesas têm apostado cada vez mais na dívida pública. A queda dos juros dos depósitos e o aumento da oferta de produtos de captação de poupança por parte do Estado, como certificados do Tesouro e de Aforro, justificam a opção.
Só no mês de Abril as famílias portuguesas aplicaram mais 218 milhões de euros em certificados de poupança. Pela primeira vez foram aplicados nestes produtos mais de 25 mil milhões de euros.
A dívida portuguesa – que em abril, de acordo com o Banco de Portugal chegou aos 247,4 mil milhões de euros, está em 130,4% do Produto Interno Bruto (PIB), o terceiro valor mais elevado da UE.
Os números do Eurostat mostram que, no final de 2016, 31% estava na posse de bancos portugueses e 58,2% da dívida portuguesa nas mãos de não residentes. A maior parte do montante é detida pelos credores institucionais, como os fundos da UE e o FMI.
Em Portugal, 16,7% da dívida pública está a curto prazo (menos de um ano) e mais de metade (55,1%) são instrumentos de títulos de dívida. Seguem-se os empréstimos (35,5%) e numerário e depósitos (9,3%).
Na zona euro (com uma dívida pública de 83,5% do PIB), 80,9% são títulos de dívida, 15% empréstimos e 4,1% numerário e depósitos. O valor dos depósitos é sustentado pela almofada de liquidez construída nos últimos anos para fazer face à possibilidade de períodos conturbados nos mercados.