Por exemplo:
Estamos satisfeitos com o Portugal hoje existente, tal como o actual regime o moldou?
Se não estamos, quais as principais falhas e vícios que lhe apontamos?
Estamos satisfeitos com os políticos e a comunicação social que passámos a ter?
Consideramos plausível que alguns dos melhores portugueses passem a ocupar-se profissionalmente na busca das melhores soluções para os problemas da esfera pública? E que tais actividades deixem de ficar entregues apenas aos mais gananciosos, carreiristas, medíocres e espertalhões?
Trata-se, como é fácil ver, de quatro questões meramente exemplificativas.
Mas o mais provável é que ninguém dê atenção a tais preocupações, o mais improvável é que alguém as encare com seriedade. Quase de certeza, serão motivo de mil chacotas. Nada disso importa. A única coisa que comentarei é que, como sempre – e a menos que houvesse um milagre – a generalidade dos portugueses manter-se-á, distraída e sonolenta, a olhar para uma qualquer treta transmitida vezes sem conta nos canais de TV, enquanto tudo continuará como até aqui. E nenhum dos que mandam na coisa pública se ralará minimamente que você ou eu possamos dormir em segurança, ou morrer queimados, esta noite e nas seguintes. O que interessa é que o show continue, rotineiramente…
Opinião de António Silva Carvalho