Mónica Moura, juntamente com o também publicitário João Santana, trabalhou igualmente nas campanhas de El Salvador, Venezuela e Panamá e, segundo disse às autoridades, sempre a pedido do ex-Presidente Lula da Silva.
A Justiça brasileira decidiu no mês passado quebrar o sigilo a que estava sujeito o conteúdo desta delação. No caso de Angola, Mónica Moura refere que o valor acordado fora 50 milhões de dólares, tendo sido pagos pelos angolanos 30 milhões e pela Odebrecht o remanescente, ou seja 20 milhões. De acordo com a publicitária, num dos encontros que aconteceram no Brasil quem esteve presente foi Manuel Vicente, ainda presidente da Sonangol. A arguida lembra, porém, que Vicente estava a poucos meses de ocupar a vice-presidência.
Terá sido Lula da Silva a intermediar tudo, com o objetivo de que João Santana realizasse a campanha do MPLA. As conversações com os publicitários terão começado no final de 2011, após Lula ter chegado de uma viagem a Luanda com Emilio Odebrecht.
O Presidente José Eduardo dos Santos, revelou Mónica Moura, já tinha trabalhado com o marketing brasileiro e tinha gostado. A primeira reunião entre ela e representantes angolanos terá sido na Baía, Brasil, e segundo contou aos investigadores brasileiros estava presente Manuel Vicente – «na época o poderoso presidente da Sonangol, que é a Petrobras de lá» e «era o homem de confiança de José Eduardo dos Santos».
Além de pessoas de confiança do Governo angolano estava também um responsável da Odebrecht. Mais tarde, houve uma nova reunião no Rio de Janeiro com outras pessoas, tanto do Governo angolano como da Odebrecht.