Em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, que terá sido divulgada hoje, Constança Urbano de Sousa, a ministra da Administração Interna, respondeu à pergunta feita sobre se pondera demitir-se caso esta comissão, proposta pelo PSD e aceite pelo Governo, concluir que houve responsabilidades da tutela.
“Tiraremos as devidas ilações e eu tirarei naturalmente as devidas ilações. Agora, neste momento, eu acho que é muito prematuro estar aqui a seguir pelo caminho que é fácil, era o caminho mais fácil a seguir, ia satisfazer uma certa apetência que alguns têm pelo sangue, se quisermos. Mas ia resolver algum problema?”, questionou a ministra.
No decorrer da entrevista, Constança Urbano de Sousa afirma que a demissão seria “a solução mais fácil para si”, mas defende que, “numa altura em que o país precisa de tantas respostas, em que o país necessita de regressar à normalidade”, é preciso “ter também a coragem para enfrentar os problemas”.
“Eu sei que o acontecimento foi trágico e a via mais fácil seria encontrar um culpado, resolvia-se o problema dizendo: pronto, a ministra demitiu-se e o problema está resolvido”, mas é preciso “perceber perfeitamente aquilo que aconteceu”, adiantou.
A ministra avançou ainda que a investigação já está a decorrer, nomeadamente um inquérito do Ministério Público, de forma a averiguar a causa das 64 mortes e dos mais de 200 feridos nos incêndios.
“É uma tragédia que temos que lamentar, com causas que têm que ser averiguadas. Temos de saber o que é que causou aquelas mortes, se houve negligência, se não houve. Portanto, é um processo que está neste momento em curso”, sublinhou a ministra.