A família de Diogo Montenegro, o jovem de 17 anos que morreu numa queda das escadas rolantes do centro comercial Alegro de Setúbal, vai pedir amanhã, durante as alegações finais do julgamento, a condenação de Bruno Cruz, o jovem que foi acusado pelo Ministério Público (MP) do crime de homicídio negligente.
O MP defende que Bruno empurrou Diogo mas não teve a intenção de matar o amigo. “O arguido não previu essa possibilidade e não colocou a hipótese de os referidos empurrões causarem o desequilíbrio de Diogo Montenegro e consequentemente a queda que, necessariamente e em virtude da altura, lhe causaria a morte como causou”, lê-se na acusação, a que o SOL teve acesso.
Tudo aconteceu em 2014, a uma semana do Natal e um mês após a inauguração do espaço. Os dois amigos dirigiam-se para o piso inferior quando Diogo caiu das escadas rolantes – “não se conseguiu agarrar e caiu no vão das escadas, embatendo no solo, no piso inferior”, revela a acusação. O jovem foi transportado para o hospital de São Bernardo, em Setúbal, com lesões cranianas, mas acabou por morrer dias antes do Natal e de completar 18 anos.
No ano passado, o SOL divulgou as imagens de videovigilância, essenciais neste processo, que mostram o momento em que Diogo caiu das escadas. Durante muito tempo, a maioria dos amigos e pessoas próximas de Diogo acreditou que o jovem tinha caído do corrimão das escadas por descuido.
Maria P. (nome fictício), amiga de Diogo e Bruno, disse ao mesmo jornal que os jovens davam-se bem, apesar de se conhecerem há pouco tempo. “O Diogo era um brincalhão, sempre bem disposto e atento aos outros. O Bruno estava sempre na sua, num mundo à parte, nunca falava, não se envolvia”, recordou.
A jovem ficou chocada com o que viu nas imagens e não percebe como Bruno mentiu aos amigos durante tanto tempo: “o Diogo parece que está a fazer um salto mortal para o abismo, o empurrão teve de ser com muita força para virar uma pessoa daquela maneira”.