Por cá, as taxas de juro da dívida pública portuguesa com o prazo de dez anos subiram 0,14% para 3,07%, enquanto a bolsa também a bolsa também caiu, embora mais moderadamente: desceu 0,81%.
Na causa destas quedas estiveram as palavras do discurso que o presidente do Banco Central Europeu (BCE), o italiano Mario Draghi, proferiu em Sintra. Draghi disse nomeadamente que os fatores que estão a manter a inflação baixa são sobretudo temporários, e que a tendência desta já não é de descida, mas sim de subida. Isto levou os mercados a interpretaram as palavras de Draghi como um aviso que as medidas extraordinárias de apoio às economias dos países da zona euro, e em particular a compra pelo BCE de dívida pública, que mantém as taxas de juro baixas, está agora mais perto do fim (embora estas medidas não sejam retiradas de imediato). Foi isso que fez disparar as taxas de juro por toda a Europa, e descer as bolsas.
Portugal tem-se conseguido financiar nos mercados a taxas de juro relativamente baixas. Mas, com o regresso da inflação e o consequente final de compras de dívida pública por parte do BCE, estes bons tempos no mercado da dívida pública portuguesa podem estar a chegar ao fim. Não será já amanhã. Mas o governo, que quer trocar dívida contraída no mercado (mais barata) pelo dinheiro que deve ao FMI (mais caro) é melhor apressar-se.