As autoridades de Hong-Kong detiveram esta quarta-feira cerca de 30 manifestantes que protestavam a visita de Estado do presidente chinês Xi Jinping e a pressão do continente que, dizem, ameaça a regra do “um país, dois sistemas” sob a qual a cidade-Estado opera desde que o Reino Unido a entregou a Pequim.
Os manifestantes ocultaram o monumento que simboliza o controlo chinês com mantos negros e lançaram palavras de ordem contra o Presidente chinês e em nome da democracia.
“Democracia agora”, lançaram os manifestantes, liderados por Joshua Wong, uma das caras das grandes mobilizações de 2014. “Não queremos o Xi Jiping, queremos o Liu XiaObo”, afirmaram, fazendo referência ao Nobel da Paz encarcerado até esta semana na China e libertado por lhe ter sido diagnosticado um cancro terminal no fígado.
Os protestos antecipam a chegada do presidente chinês a Hong-Kong, na quinta-feira, para as comemorações do vigésimo aniversário da desocupação britânica, que se celebra no sábado, dia 1 de julho, num período de grande contestação contra o controlo chinês da península.
Esta é a primeira vez que Xi Jinping visita Hong-Kong, onde também empossará Carrie Lam como a nova presidente do governo da cidade, que está em linha com o governo comunista de Pequim e que afirma que os raptos de chefes de publicações críticas em Hong-Kong não dizem respeito à cidade-Estado, embora tenham espoletado os movimentos pró-democracia que levaram à eleição de deputados independentistas para a Assembleia Legislativa.
O protesto de ontem encabeçado por Joshua Wong – também detido – pode ser apenas um tiro de partida para as manifestações que estão preparadas para sábado, que podem chegar aos milhares de pessoas, segundo o “Guardian”.