Morais Sarmento torna agridoce vitória de Pedro Pinto em Lisboa

Novo líder da distrital do PSD na capital só perdeu na assembleia de militantes onde o ex-ministro concorreu

Pedro Pinto foi este sábado eleito como novo presidente da distrital do PSD/Lisboa. Pinto, ex-vice-presidente dos ‘laranjas’ e antigo líder da JSD, apresentou lista única à comissão política da distrital. 2769 votaram em Pinto, 69 votaram nulo e 721 votaram em branco.

Para a assembleia dos militantes da distrital – o órgão não executivo – as listas apoiantes de Pedro Pinto conseguiram cerca de 75% do total de secções.

A exceção foi a secção de Lisboa, em que o ex-ministro Nuno Morais Sarmento encabeçou uma lista de militantes contra a lista apoiante de Pedro Pinto, encabeçada por Marina Ferreira, ex-vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa. A lista de Morais Sarmento obteve a maioria na representação desta secção.

Em delegados, a secção de Lisboa representa 267 dos 825 delegados do distrito e a lista de Sarmento conseguiu 153 delegados.

“Este é o primeiro passo para participar na revitalização do PSD, na construção de uma nova etapa do PSD”, afirmou Nuno Morais Sarmento.

Na semana em que o antigo governante anunciou a sua candidatura à assembleia distrital de militantes pela secção de Lisboa – que é a maior do distrito –, Sarmento jantou com apoiantes e membros da sua lista no Centro de Congressos de Lisboa. Nesse jantar, estiveram também Manuela Ferreira Leite, ex-líder social-democrata, e Rui Rio, ex-presidente da Câmara Municipal do Porto.

Sobre a relação do futuro dos ‘laranjas’ com Rio, Sarmento foi breve: “Rui Rio é um militante com quem trabalhei há muitos anos, é capaz de ter 30 anos o primeiro combate que fizemos juntos e tenho a certeza de que faremos no futuro próximo novamente combates juntos. Mas esses são para a etapa seguinte, agora é o PSD de Lisboa”, garantiu. A “etapa seguinte”, presume-se será o próximo congresso do partido, agendado para o primeiro trimestre de 2018 e as eleições diretas para a liderança que, estatutariamente, o antecedem.

“Quando achamos que o caminho não está a ser o caminho correto, que o trabalho não está a ser o trabalho suficiente, a primeira obrigação que temos é dar o corpo ao manifesto e dizer aqui estamos para ajudar a que seja mais e melhor”, afirmou em conclusão Morais Sarmento.

Pedro Pinto, por sua vez, considerou que os resultados para a distrital provaram “a incapacidade de Nuno Morais Sarmento, Manuela Ferreira Leite e outros de produzirem uma lista” que conseguisse chegar à liderança do PSD/Lisboa, que passou agora a ser sua. “A montanha pariu um rato”, ironizou Pinto também em declarações à imprensa.

As eleições para os órgãos distritais de Lisboa, onde os sociais-democratas contam com mais de vinte mil militantes com quotas pagas e capacidade de votar, decorreram entre as 15:00 e as 23:00 de sábado.