O tenista João Sousa, número 1 nacional, voltou a despedir-se de um torneio na primeira ronda, desta feita de Wimbledon, terceiro Grand Slam da temporada. Depois de ser eliminado à primeira no torneio alemão de Halle e de, na semana seguinte, ser afastado na primeira eliminatória em Antália, Turquia, dois torneios que serviam de ensaio ao Major disputado em relva, o tenista vimaranense continua sem descobrir o caminho da vitória.
A participação do português na presente edição do Grand Slam britânico, que arrancou esta segunda-feira, não durou mais do que duas horas e três minutos, tempo de que o alemão Dustin Brown, 97.o do ranking ATP, precisou para obrigar o único tenista luso a atingir o quadro principal da competição a despedir–se. João Sousa, atualmente no 62.o posto da hierarquia mundial, depois de ter descido quatro lugares na atualização do ranking feita esta segunda-feira, foi despachado em quatro sets pelos parciais de 3-6, 7-6(5), 6-4 e 6-4.
Nos três Grand Slams já disputados por João Sousa esta época (Open da Austrália, Roland Garros e agora Wimbledon), o melhor registo conseguido até ao momento foi em Roland Garros, segundo Grand Slam da temporada, onde foi afastado na segunda ronda por Novak Djokovic, na altura campeão em título do torneio de terra batida.
Apesar da eliminação, Sousa mantém–se em competição na variante de pares, ao lado do britânico Kyle Edmund. O primeiro encontro da dupla deverá ser disputado já amanhã.
Recorde-se que os restantes representantes da armada lusa, Pedro Sousa e João Domingues, não conseguiram aceder ao quadro principal depois de ambos não terem ultrapassado a fase de qualificação: Sousa foi sexta-feira eliminado na terceira e última ronda do qualifying, ao perder com o italiano Simone Bolelli, e o tenista oliveirense, que fez a sua estreia em torneios do Grand Slam, acabou afastado na primeira ronda do qualifying pelo russo Andrey Rublev. Gastão Elias, número dois nacional, optou por não disputar sequer a qualificação, fase a que também tinha acesso, para disputar o Challenger de Milão, torneio italiano em que era quarto cabeça-de-série, mas também não conseguiu ir mais longe que a ronda… número 1.
Favoritos seguem em frente até agora…
Sem portugueses em prova, os olhares centram-se agora nos Big Four, que se reúnem novamente para disputar um Grand Slam, depois de Roger Federer, vencedor do Open da Austrália, em janeiro deste ano, ter abdicado de Roland Garros, segundo Grand Slam do ano ganho pela décima vez pelo rei da terra batida, Rafael Nadal.
Mas comecemos pelo início. O britânico Andy Murray, que continua apenas com um troféu neste ano, com o título arrecadado no torneio do Dubai, em março, foi o primeiro entre os Big Four a entrar em campo. O atual campeão em título de Wimbledon, e vencedor do torneio por duas vezes (em 2013 e 2016), bateu o russo Alexander Bublik, número 135 mundial, sem quaisquer dificuldades em três sets sem resposta e garantiu desta forma a passagem à segunda ronda com quem irá medir forças com alemão que ditou o fim da participação de João Sousa na prova, Dustin Brown.
O espanhol, Rafael Nadal não teve problemas em seguir as pisadas do número um do mundo e momentos depois fez o mesmo feito sobre o australiano John Millman. Três-zero e segunda ronda garantida. Recorde-se que Nadal, à semelhança de Murray, já venceu o torneio britânico por duas vezes, em 2008 e 2010, e voltou em grande depois de três meses afastado dos courts devido a lesão. Só neste ano, Rafa já venceu os quatro principais torneios jogados em terra batida, entre eles o já referido Roland Garros. Além do décimo título arrecadado no torneio parisiense, o número dois mundial sagrou-se campeão do Masters 1000 de Monte Carlo, do ATP de Barcelona e do Masters 1000 de Madrid. Desde o início do ano, o espanhol já escalou sete lugares no ranking mundial.
Os restantes dois tenistas a integrar o quarteto fantástico, o suíço Roger Federer e o sérvio Novak Djokovic, entram hoje em campo para a primeira ronda do torneio. Federer, que regressou em 2017 à competição depois de uma lesão que o obrigou a uma paragem de seis meses, também já conta com quatro títulos desde janeiro. Tal como Nadal, um Grand Slam, dois Masters 1000 (Miami e Indian Wells) e o torneio de Halle. Hoje, o atual número 5 mundial vai defrontar o ucraniano Alexandr Dolgopolov, nº 85 do mundo. Já Novak Djokovic, que se encontrava sem vitórias desde o ATP conquistado em Doha, na primeira semana de janeiro, entra com novo fôlego em Wimbledon, Grand Slam que venceu em 2015, depois da conquista conseguida na última semana em Eastboune, que colocou o sérvio em quarto do ranking ATP. A sua estreia também é durante o dia de hoje, mas frente ao tenista eslovaco Martin Klizan.