Ontem, dia 5 de julho, a Universidade de Aveiro e do Minho atribuiu a Brasilino Godinho, um homem de 85 anos, o grau de Doutor em Estudos Culturais. Brasilino usou a sua conta no Facebook para agradecer a todos os que o apoiaram, mas também para deixar uma mensagem aos “alcoviteiras da borda-d’água, amigos da onça, inimigos (poucos, mas de primeira apanha), invejosos enfurecidos, parentes muito afastados a quem hoje atribuo o pomposo título de ex-familiares”.
“Abram alas! Abram alas! Deixem passar um vosso parceiro lá das cidades de Tomar e Aveiro. Perdão! Deixem passar este linfo floreado, lá do Brasiliino o agora doutorado”, lê-se no início do texto escrito por este homem, que se licenciou em Línguas, Literaturas e Culturas da Universidade de Aveiro a um mês de completar os 77 anos e ontem, com 85 anos no cartão de cidadão, defendeu a tese de Doutoramento em Estudos Culturais sobre Antero de Quental.
“É com muito agradável estado de espírito, eufórico, festivo, que tenho a honra, o prazer e… a imodéstia (Caramba! Não tenho currículo, idade e pretensões de santidade…) de vir informar urbi et orbi e a todas e todos (…) que, para satisfação e alegria de uns e chatice e muita ralação de outros, hei, hoje, dia 05 de Julho de 2017, aos 85 anos de idade, ultrapassado a condição de Licenciado em Línguas, Literaturas e Culturas (que mantinha desde Dezembro de 2012) e sido admitido pelas Universidades de Aveiro e do Minho, no grau académico de Doutor em Estudos Culturais, com aprovação por unanimidade do júri do respectivo acto doutoral”, escreve Brasilino Godinho.
No texto, Brasilino deixou um agradecimento especial a todos o que o apoiaram: “Com um grande abraço e o virtual envio das deliciosas Queijadas de Cristo (de caseiro fabrico de minha avó paterna e tias), das saborosas Estrelas de Tomar, dos não menos apreciados queijinhos de Tomar e dos famosos ovos-moles e não menos afamadas enguias de Aveiro, para a gente amiga e pessoas conhecidas. Que sintam gostosura. Bom proveito lhes faça!”.
No entanto, o agora doutorado em Estudos Culturais também deixou uma mensagem aos que não ficaram contentes com o seu sucesso: “E com um grande manguito e um limão muito azedo para a restante gente malquista se entreter a mastigá-lo e a sentir o amargo sabor… Que grande azia lhes provoque!”.