Uma equipa de investigadores norte-americanos afirma ter descoberto um componente natural no abacate, nos brócolos e no pepino que revelou ter "notáveis efeitos anti-envelhecimento nos ratos". Este componente, chamado NMN, foi administrado depois de ser misturado na água de ratos mais velhos e logo se registraram alterações no seu comportamento, detectando-se um aumento no seu nível de actividade física. Não só isso, os cientistas observaram melhorias na densidade ossea, nos músculos e na visão dos ratos. Outro efeito que se detectou foi uma perda de peso nos animais.
Como aconteceu com o champanhe ou outros avanços científicos, a descoberta foi feita de forma algo acidental, uma vez que os investigadores estavam a testar as propriedades da proteína NAD, que está relacionada com a produção de energia no corpo. À medida que os anos passam os níveis de energia começam a ser reduzidos, e a expectativa era que ao introduzir uma dose suplementar desta proteína essa redução pudesse ser compensada. Mas a NAD foi uma desilusão. Contudo, os cientistas não desistiram da ideia, e pensaram antes que talvez a resposta passasse não por forçar um aumento dos valores desta proteína mas buscar um componente que fizesse o corpo produzi-la em maior quantidade. Foi assim que chegaram a este componente que tem vindo a ser designado como "elixir da juventude".
"Conseguimos descubrir uma forma de retardar o processo de deterioração fisiológica que se vê em ratos de idade avançada. Isto significa que os ratos mais velhos viram o seu metabolismo e os níveis de energia ficar parecidos aos de ratos mais jovens. Se prosseguirmos esta pista e avançarmos a este ritmo poderemos alimentar esperanças de conseguir aumentar o tempo de vida", disse Shin-ichiro Imai, o líder do grupo de cientistas.
Questionados sobre se as descobertas poderão aplicar-se igualmente em humanos, os investigadores não têm ainda dados que o comprovem, mas estão optimistas. "Dado que as células humanas usam o mesmo processo de produção de energia, temos esperança de que isto se traduza num método para ajudar as pessoas a manterem-se mais saudáveis à medida que envelhecem", adiantou o professor Imai.
Mas é ainda cedo e há também perigos no horizonte. Se a produção natural de NAD pode ajudar a aumentar os níveis de energia e ter outros efeitos rejuvenescedores, o receio dos cientistas é que em humanos este componente possa gerar um efeito prejudicial, já que, em excesso, o NAD não apenas revigora como pode produzir algumas células cancerígenas. "Sabe-se que algumas células que originam tumores têm uma maior capacidade de processar NAD, razão que os leva a ter cautelas quanto ao NMN, por este poder aumentar a incidência de cancro", disse Imai. "Contudo, até ao momento, não notámos qualquer diferença nas taxas de cancro entre os grupos de ratos".