Mas não é sobre a qualidade dos secretários de Estado que quero escrever. É sobre a inaudita abundância de laços familiares neste governo. Já tínhamos dois ministros que são marido e mulher. Tínhamos um ministro que é pai de uma secretária de Estado. Agora, para completar o ramalhete, temos dois secretários de Estado que são irmão e irmã.
São laços familiares que não se rompem facilmente. Isso demonstra, a meu ver, não só o núcleo restrito de onde Costa recruta os governantes, mas a obsessão que estes lhes serão sempre fiéis.
Este “novo” governo já consta com pelo menos um membro que fazia parte do núcleo duro de António José Seguro, e que agora é nomeado por Costa. Como Cavaco Silva disse um dia: “não existe gratidão em política”. António Costa, político experiente, sabe-o bem. O que existe, em regra, é muita ambição, que pode lançar para o caixote do lixo qualquer lealdade quando surge a oportunidade de subir ao poder.