A história parecia perfeita demais. Um antigo metalúrgico e representante dos trabalhadores chegava à presidência de um país onde as desigualdades sociais eram mais do que gritantes e onde boa parte da população passava fome. Lula da Silva sucedeu a um dos melhores Presidentes da história do Brasil e deu seguimento ao trabalho que vinha de trás. Mas a verdade é que foi Lula que conseguiu “matar” a fome a muito boa gente com a cesta básica ou Fome zero, como se prefira chamar.
A sua chegada a Brasília, sede do poder, foi muito mal vista pela extrema-direita e pelos mais ricos, que julgava que Lula prepararia algum golpe de Estado. Nada disso aconteceu, e o país subiu consideravelmente a sua qualidade de vida. Nem os trabalhadores ‘mataram’ os patrões nem os patrões fugiram com o dinheiro para fora do país.
O que estes fizeram, acreditando nos escritos, foi convencer o Presidente eleito a entrar em todos os esquemas de corrupção que enfermavam o país._O próprio Partido dos Trabalhadores também entrou na festa e foi um fartar vilanagem.
Com os tiques dos ricos, Lula foi ajudando os seus mais próximos, conseguindo que o seu filho, pobre por natureza, se tornasse num dos homens mais ricos e influentes do país. O escândalo começou a dar nas vistas, e a Justiça brasileira que não gosta de brincar em serviço começou a seguir as jogadas de Lula da Silva e seus pares. É certo que no esquema de corrupção que levou à condenação de Lula da Silva a nove anos e meio de prisão, se encontra meio país. São poucos os ricos – e pobres que alcançaram o poder – que não estão envolvidos em lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva.
Com a condenação de Lula o Brasil vive um problema complicadíssimo, pois o antigo_Presidente está à frente nas sondagens para a eleição do próximo chefe de Estado. Se o Tribunal Regional Federal confirmar a sentença proferida pelo juiz Sérgio Moro – um incorruptível que deixa a esquerda e a direita à beira de um ataque de nervos – Lula bem pode ser candidato que verá as eleições atrás das grades. Jogando na divisão do país, o antigo líder sindical dos metalúrgicos quer fazer justiça nas ruas. Afinal, nada que os seus amigos Chávez e Nicolás Maduro não tenham feito ou não façam. É que para muito boa gente, os golpes populares são justificáveis de acordo com a cor política que os pratica. Não se percebe como as pessoas podem ser tão cegas. A justiça deve e tem de ser igual para todos.