Cartões de crédito. Como viajar gratuitamente através dos programas de milhas

No momento de escolher o cartão de crédito deve ter em conta as suas necessidades. Quem faz muitas compras regularmente deve verificar se o seu cartão possui um sistema de pontos ou descontos que o recompense pela utilização. Já quem gosta de viajar deve optar por um cartão com milhas aéreas, que permite fazer viagens…

Usar cartões de débito e de crédito já entrou na rotina dos portugueses. Num inquérito efetuado para a Visa sobre as formas de pagamento é revelado que os consumidores nacionais preferem usar cartões em detrimento do dinheiro físico. Ao contrário dos cartões de débito, nos de crédito há vários serviços associados que pode subscrever para tirar o máximo proveito possível dos mesmos, mas para isso é necessário que estejam direcionados para as necessidades de cada consumidor específico. “Uma pessoa que faz muitas compras regularmente deve verificar se o seu cartão possui um sistema de pontos ou descontos que o recompense pela utilização ou até cashback, para receber de volta uma parte do que gastou”, lembra Sérgio Pereira, diretor-geral do ComparaJá.pt. 

Da mesma forma, uma pessoa que viaja muito deve privilegiar um cartão com milhas aéreas, que lhe permitirá ter viagens por um preço inferior ou até, em certos casos, sem nenhum custo. Estes cartões funcionam, assim, numa ótica de atribuição de uma ou mais milhas por cada euro gasto. “Consoante o cartão que o consumidor escolher, os benefícios podem ultrapassar a acumulação de milhas: ter acesso às zonas lounge dos aeroportos e um check-in e embarque mais rápidos são exemplos de vantagens que podem vir associadas”, diz o responsável.

A verdade é que os programas de milhas aéreas associados aos cartões de crédito são cada vez mais uma tendência a que os portugueses se vão rendendo. Para apurar se estas soluções são efetivamente vantajosas para os consumidores, a plataforma de comparação gratuita de produtos financeiros ComparaJá.pt analisou a oferta existente em Portugal e fez as contas para o i, de forma a demonstrar como se podem conseguir viagens gratuitas através destes programas oferecidos pelas instituições bancárias para atrair quem gosta de viajar.

Raio-x

Existem sete instituições financeiras em Portugal que oferecem cartões de crédito com o benefício das milhas aéreas: Novo Banco, Banco Best, Santander Totta, Millennium bcp, Caixa Geral de Depósitos, WiZink e Bankinter. Cada uma das entidades tem associado um programa de milhas aéreas que está integrado nos diversos cartões e as características de cada um encontram-se discriminadas na tabela ao lado.

“Em termos gerais, a lógica associada a cada um destes cartões assenta num número de milhas específico (que vai de 0,5 a 2) por cada euro que é gasto. Exemplificando: se se optar pelo cartão que oferece o maior número de milhas – que, neste caso, será o NB Verde ou o NB Gold do Novo Banco, com duas milhas por cada euro -, ao fazer uma compra de 300 euros acumulam–se 600 milhas”, revela o estudo a que o i teve acesso.

Ainda assim, há que ter em atenção que o período durante o qual estas milhas acumuladas ficam disponíveis é limitado: podem caducar ao fim de 24 (no caso do Novo Banco), 36 (Banco Best, Santander e BCP) ou 60 meses (WiZink e Bankinter). “Porém, uma das soluções do mercado oferece uma validade ilimitada: é o caso da Caixa Geral de Depósitos, que pode ser a ideal para quem não viaja tão frequentemente mas que, quando o faz, realiza voos de longo curso, que são mais dispendiosos e, por conseguinte, requerem um maior número de milhas acumulado”, diz Sérgio Pereira (ver quadro ao lado).

Isto significa que o cliente não deve simplesmente olhar para o número de milhas que se acumulam, mas também ter em conta o seu período de validade. Por exemplo, os cartões WiZink Rewards e Único Gold Premier do Bankinter oferecem uma milha por cada euro, mas o cliente dispõe de cinco anos para acumular e gastar as suas milhas. 

Mas os cuidados não devem ficar por aqui. No momento de escolher um produto desta natureza é importante ter em conta outros fatores que não apenas as milhas aéreas ganhas, tais como a anuidade do cartão ou a TAEG. “Não adianta escolher um cartão apenas pelo número de milhas que se acumula ou pela oferta de adesão se os custos que se têm com o produto forem demasiado elevados, ao ponto de não compensarem”, alerta o responsável. 

Sérgio Pereira lembra ainda que muitos bancos obrigam à contratação de um cartão de crédito para atribuírem uma bonificação no spread do crédito à habitação. “Para quem se encontra nesta situação e que, para além disso, gosta de viajar, mais vale escolher um cartão que tenha associado um programa de milhas aéreas, pois assim sai a ganhar duplamente”, conclui o fundador do ComparaJá.pt.