O presidente do Banco Central Europeu (BCE), o italiano Mario Draghi, disse hoje que, apesar de o BCE notar que a economia europeia está a recuperar, a inflação não sobe: em junho foi de 1,3%, e a inflação que mais interessa, a que exclui bens mais voláteis como alimentação e combustíveis, ficou-se em 1,1%. Longe, portanto, do objetivo do BCE, que é o de ter a inflação “perto, mas abaixo” de 2%.
A consequência do BCE (tomada por unanimidade) é que os estímulos à economia vão continuar: as taxas de juro do BCE vão continuar nulas ou negativas, e o BCE vai continuar a comprar dívida dos países dos Estados membros no mercado à razão de 60.000 milhões de euros por mês, o que vai manter as taxas de juro dos mercados baixas. Isto é uma boa ajuda para muitos países, em especial para Portugal (às 15:10 a taxa de juro da dívida portuguesa a dez anos era de 3,03%). Taxas de juro baixas estimulam o investimento das empresas e o consumo das famílias, estimulando a atividade económica.
A despreocupação do BCE com a inflação é tão baixa que nem marcaram uma data precisa para a próxima conferência de imprensa, que ficou vagamente agendada “para o outono”.
Como quem diz: não se preocupem que nós não vamos subir os juros nem deixar de comprar dívida pública nos mercados. Vão de férias e, se puderem, aproveitem estas baixas taxas de juro para consumir e para investir, estimulando ainda mais a economia.