Novo aeroporto já é “uma emergência”

ANA diz que pode perder até 2,5 milhões de passageiros em 2017

As eleições para o sindicato dos pilotos ocorre numa altura em que o debate sobre a necessidade de um novo aeroporto em Lisboa já é encarado com urgência. Essa realidade já foi reconhecida pelo ministro do Planeamento e das Infraestruturas ao garantir que a decisão sobre a solução para o reforço da capacidade aeroportuária “deixou de ser urgente e transformou-se numa emergência”.

O responsável tem vindo a afirmar que cabe ao governo “evitar estrangulamentos económicos, das empresas e da mobilidade dos cidadãos”, mas ainda assim, lembra que o aeroporto de Lisboa atingiu em 2016 os 22,4 milhões de passageiros, “seis anos antes do previsto”.

 Pedro Marques reafirmou que a solução para o aumento da capacidade aeroportuária de Lisboa incluirá ainda o redesenho do espaço aéreo e a coordenação entre a parte civil e militar, garantindo que a navegação civil se adaptará às condições levantadas pela parte militar.

A ideia é que, até final do ano, estejam concluídos os estudos ambientais e na primeira metade de 2018 será concretizada a renegociação com a ANA. Em 2019 terá início a construção, de forma a que em 2021 o novo aeroporto complementar esteja a funcionar.

Este estrangulamento também é reconhecido pelo presidente da ANA. Carlos Lacerda alertou para a possibilidade de perder já este ano 2,5 milhões de passageiros devido às limitações da infraestrutura, que está a 10% de esgotar a capacidade de uso de “slots” (faixas horárias para descolar e aterrar). E explicou que a atual capacidade de “slots” atinge os 90%, o que significa que, por exemplo, uma companhia aérea com um horário para chegar de manhã e um outro ao final do dia para sair “não consegue ter o avião imobilizado, o que dá muito pouca flexibilidade para acomodar novas oportunidades”.