Pedrógão. Novos dados apontam para número muito superior de vítimas

A população dos concelhos afetados pelos incêndios de 17 de junho nunca se resignou com o número oficial de vítimas mortais resultantes da tragédia.

Para quem esteve no local dos incêndios, não há surpresa em ouvir falar na existência de um número maior de mortos em consequência dos incêndios do que o que foi anunciado pelo governo de António Costa.

O i noticiou este sábado que uma lista feita para a realização de um memorial por uma empresária de Lisboa que trabalhou diretamente com as famílias e cidadãos locais dos concelhos afetados pelos incêndios acabou por reunir mais de 80 nomes de vítimas mortais.

Para os que habitam os concelhos onde se viveram esta tragédia a disparidade no número de vítimas não é novidade._Isso mesmo explica Dina Duarte, habitante da aldeia de Nodeirinho e técnica superior de emprego. “A percepção que se teve sempre, desde o início, é que seriam muitos mais mortos do que o anunciado. O número é de três dígitos e eu sei porque conheço várias pessoas envolvidas no teatro de acção e que confirmaram sempre a existência de mais vítimas”. As acusações são graves, mas não há hesitação nas vozes dos que falam ao i. Cristina, de um restaurante local, havia comentado i na altura dos incêndios que muita da verdade estava a ser escondida. Ontem, ao telefone, voltou a afirmar o que sempre defendeu. “Disse eu e toda gente, ninguém acreditou nesse número. Chegou a haver um rapazinho daqui que foi às funerárias e contou 88 mortos”.

O i não conseguiu obter junto das funerárias essa confirmação. No entanto, falou com vários locais e famílias de vítimas que corroboram as informações da lista de Isabel Monteiro, empresária de 57 anos, natural de Lisboa, que reuniu uma base de dados com as vítimas mortais do incêndio e que já conseguiu confirmar 73 mortos dos mais de 80 nomes que listou.

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