Os fogos ativos no país continuam a gerar preocupação e a Proteção Civil fala de uma "situação de exceção".
De acordo com o último briefing, que teve lugar pelas 19h15, o incêndio que começou no domingo na Sertã e que alastrou para Proença a Nova e Mação está hoje menos violento, mas continua ativo e durante o dia houve alguns reacendimentos.
Patrícia Gaspar, adjunta de operação, confirma que há registo de casas afetadas, mas essa contabilidade oficial ainda não está feita sendo a prioridade o combate às chamas. Há registo de 11 a 12 feridos ligeiros, adiantou a responsável, pessoas que foram assistidas no local e algumas retiradas, sobretudo devido a inalação de fumos.
O fim do dia, com diminuição do vento e da temperatura, foi apontado como janela de oportunidade para controlar este incêndio.
Entretanto amanhã deverá chegar a Portugal mais um canadair cedido pelo Reino de Marrocos, que se vai juntar aos seis que já estão no combate às chamas no centro do país. Houve já também um segundo reforço militar de um pelotão proveniente de Espanha.
No incêndio da Sertã, que afeta três concelhos, estão 1350 operacionais, mais de 300 viaturas e dez meios aéreos. "É uma mobilização absolutamente extraordinária, não é comum termos este número de meios e estamos a reforçar com tudo o que é possível", disse a responsável, explicando que não podem ir mais meios para o terreno pois diminuir-se-ia a capacidade para atacar outros fogos que surjam no país numa fase nascente.
Questionada sobre se no início deste fogo que lavra há quatro dias foram enviados para o local os meios adequados, a responsável salientou que a regra é, nos primeiros 30 minutos, estarem presentes três viaturas, o que aconteceu, tendo o reforço acontecido antes dos 90 minutos.
Estão ativos no país 19 incêndios, com mais de 2000 operacionais. Metade dos meios estão concentrados no incêndio da Sertã.
No final do briefing, António Costa deixou uma palavra de alento aos bombeiros e apelou à responsabilidade de todos, dada as condições propícias a fogos que se verificam no país. Além dos riscos estruturais e abandono da floresta, o primeiro-ministro salientou as condições particularmente adversas do ponto de vista meterológico, como o facto de mais de 80% do território estar em situação de seca extrema ou severa. "Uma chama todos apagamos. Um incêndio de larga dimensão dificilmente é apagado".