Uns dirão renovação, outros dirão limpeza. A mudança, todavia, é inegável.
Teresa Leal Coelho não leva nenhum dos vereadores que foram eleitos consigo nas últimas autárquicas, há quatro anos: António Prôa, que tutelava as posições camarárias dos sociais–democratas perante um Fernando Seara assumidamente distante, não entra; Alexandra Barreiras Duarte, que substituiu Leal Coelho na maioria das reuniões de câmara a que faltou, também não entra nas contas da candidata para a vereação.
Alexandra, que ganhou alguma preponderância local devido a esse coincidente protagonismo, é casada com Feliciano Barreiras Duarte – deputado e em crescente distanciamento da direção de Passos, de que Leal Coelho faz parte, há mais de um ano. Feliciano foi de chefe de gabinete do líder de partido e depois secretário de Estado para progressivamente mais próximo de uma linha crítica da sede nacional.
“É curioso:a vereadora que não aparecia [Teresa Leal Coelho] vai para candidata a presidente de Câmara; e os que apareciam nem vão na lista”, dispara um membro do PSD de Lisboa, que requereu anonimato ao i.
As novidades vão para a promoção de Sofia Vala Rocha, de deputada à assembleia municipal para número 3 na vereação, e para João Pedro Costa a número 2, como candidato a vice-presidente.
Costa, professor universitário de Urbanismo, é mais um arquiteto escolhido por mais uma candidata do centro-direita a Lisboa (ver coluna ao lado) e, embora igualmente discreto do ponto de vista político, tem alguma relevância numa leitura interna: integrou a equipa de José Eduardo Martins na coordenação do programa autárquico para a capital. Martins, que é o número 1 do PSD à assembleia municipal, foi o crítico interno mais assumido de Passos Coelho durante o governo PSD/CDS. João Pedro Costa fora antes seu adjunto.