CDS/PP. Escolha de Cristas gera desconforto interno

Indicação da presidente de partido para a presidência da assembleia municipal não é unânime.

Quem é Cristina Castel-Branco? Fora do mundo do paisagismo, poucos sabem. Dentro do mundo da política, passaram a saber este fim de semana quando Assunção Cristas a indicou para estar consigo no boletim de voto do CDS à Câmara de Lisboa, como presidente da assembleia municipal. 

O nome de Cristina Castel-Branco foi comunicado pela direção do partido às restantes estruturas no final da semana passada e anunciado publicamente este sábado. A candidata deu uma entrevista ao semanário “Expresso” em que admitiu ser “a primeira vez” que irá votar no CDS; isso, assim como a condição de anonimato político da paisagista, gerou preocupações na estrutura do CDS/PP. 

O facto de Castel-Branco ser casada com o “senador” social–democrata José Miguel Júdice também não é o maior catalisador de entusiasmo. “Espero que a escolha tenha sido mais por mérito que pelo marido”, ironiza um membro do conselho nacional centrista ao i. 

A escolha de Assunção Cristas, candidata à câmara da capital e presidente do partido, foi legitimada pelos órgãos locais sem votos contra, ao que o i apurou. O desconforto, por agora, está longe da revolta, mas questionado pelo i sobre o mesmo, João Gonçalves Pereira, que é líder distrital e vereador camarário, não se mostra apoquentado pelo facto de a sua número 1 à assembleia municipal nunca ter votado CDS. “O CDS tem recebido centenas de apoios de independentes e são todos bem-vindos. Quem olha para isso como ameaça não percebe a enorme oportunidade que temos para crescer”, atira. 

A desconfiança do aparelho centrista em torno da integração de figuras independentes convidadas por Cristas não é nova nem reservada às autárquicas. A verdade é que não a impede de a fazer.