O “sex gang” de muçulmanos “racistas” que abusava de jovens brancas

Foram condenadas 18 pessoas ligadas a uma rede de violência sexual que operava em Newcastel, no Reino Unido. Estes homens abordavam mulheres nas ruas, drogavam-nas e levavam-nas para bacanais onde as violavam.

Jovens mulheres e raparigas, vulneráveis ou menores de idade, eram o alvo de uma rede sexual que actuava em Newcastle, levando-as para festas, recorrendo a drogas para lhes abater os sentidos, para então abusarem delas. No total, 17 homens e uma mulher foram condenados por terem participado ou sido cúmplices com uma série de crimes que envolvem violação, administração de drogas e incitamento à prostituição. O caso desdobrou-se numa série de processos levados à barra do Newcastle Crown Court.

Mais velhos, os homens agiam de forma organizada, buscando adolescentes e jovens imaturas, fazendo-se valer de drogas recreativas – desde cocaína, a canabis, álcool ou mefedrona -, para persuadi-las a manterem relações sexuais em festas às quais eram atraídas num sem número de esquemas de aliciamento. Estas festas eram chamadas de "sessões".

A polícia de Northumbria pôs-se em campo depois de ter recebido uma série de denúncias da parte de assistentes sociais. Na sua investigação, foram entrevistadas inicialmente 108 potenciais vítimas. No decurso de quatro julgamentos, foram ouvidos os testemunhos de 20 jovens que foram vítimas desta rede num período compreendido entre 2011 e 2014.

Os condenados eram na sua maioria cidadãos britânicos, tendo nascido no Reino Unido, embora fossem filhos de imigrantes do Bangladesh, Paquistão, Índia, Iraque, Irão e Túrquia, integrando estas comunicades imigrantes na zona do West End de Newcastle.

As autoridades chegaram aos suspeitos na sequência de operações de âmbito mais alargado e cobrindo uma série de casos de exploração sexual de menores. Assim, esta Operação Shelter (Abrigo) foi um ramo que se separou do tronco de uma operação mais vasta chamada Sanctuary (Santuário). No seu âmbito, foram já condenadas mais de 100 pessoas por uma série de delitos que têm como linha condutora o recurso a drogas em esquemas de escravatura, com múltiplas condenações por posse de armas de fogo, e sentenças de prisão que, globalmente, ultrapassam já os 300 anos.

Dada a sensibilidade e o receio de que as notícias pudessem conduzir a uma escalada nos crimes de ódio em Newcastle, quando a polícia deixou de actualizar a informação relativamente aos desenvolvimentos, num esforço para evitar prejudicar o trabalho do Ministério Público, abriu-se um vazio que logo foi ocupado pela especulação, com a extrema-direita a aproveitar esta situação para dizer que a verdade estava a ser escondida do público por motivos políticos.

Seja como for, o quadro que foi emergindo à medida que a narrativa era montada pelos testemunhos ouvidos pelos tribunais, houve quem defendesse que por trás dos abusos cometidos por estes homens de meia idade e pertencentes a comunidades imigrantes de origem asiática estão motivações "profundamente racistas".

Lord MacDonald, o antigo Procurador Geral, fez declarações incendiárias à BBC em que defendia que os episódios em Newwcastle configuram uma situação em que homens muçulmanos actuam como predadores de jovens brancas, e se "nem todos os crimes sexuais recaem sobre uma comunidade em particular, existe um problema particular com alguns homens de algumas comunidades que encaram estas jovens brancas como se fossem o lixo à disposição para as suas fantasias sexuais".

Embora polémicas, nas suas declarações Macdonald parafraseou aquilo que disse no decurso do julgamento um dos homens condenados. Em frente ao juiz, o acusado garantiu que as mulheres brancas de quem tinham abusado não foram vítimas, mas estavam a pedi-las, tratando-se de "lixo" que "só serve para isso".

Todos os detidos são de origem asiática ou do Médio Oriente e todas as vítimas são mulheres brancas, com idades compreendidas entre os 15 e os 26 anos. O caso está a ter enorme repercussão pública, e há vários membros do parlamento britânico que defenderam publicamente que se aplique uma agravante racial nos crimes de Newcastle e outros semelhantes. Muitos responsáveis políticos dizem que está na hora de deixar a correcção política de lado e assumir o quanto o racismo é um factor central nestes modelos de crime organizado.