Tondela de fibra mostrou outra versão do FC Porto de Conceição

Os azuis-e-brancos não foram sufocantes como na primeira jornada, mas fizeram mais que o suficiente para justificar o 1-0 conseguido fora de portas. Braga virou e garantiu a primeira vitória no campeonato

Afinal, o FC Porto de Sérgio Conceição não é sempre uma máquina trituradora. Ontem, em Tondela, foi uma equipa competente, segura e sempre positiva, sim senhor, mas muito mais sóbria em comparação com a versão que se viu na primeira jornada, no atropelo ao Estoril (4-0 no Dragão). Indo ao encontro, diga-se, do que o técnico portista havia dito logo no fim desse encontro: “Não vamos marcar sempre quatro golos nem ter exibições brilhantes.” Confirma-se.

Muito mérito, diga-se, também do adversário: a equipa de Pepa tentou sempre jogar o jogo pelo jogo, nunca se encolheu nem baixou as linhas ao melhor estilo dos “autocarros” que tantas vezes se vêem contra os chamados grandes. Mostrou, aliás, níveis altíssimos de eficácia na pressão sobre o portador da bola que complicaram – e de que maneira – a vida aos dragões.

Pertenceram ao FC Porto as melhores ocasiões do encontro, quer na primeira, quer na segunda parte. Normalíssimo. Um cabeceamento de Aboubakar contra Pité logo aos seis minutos, um carrinho de David Bruno a negar o golo a Corona aos 22’ ou Marega, no mesmo minuto, a cabecear para fora após a marcação de um canto. Aos 29’, Brahimi ultrapassou David Bruno e chutou – outra vez por cima. Começava a cheirar a golo, e ele apareceu mesmo pouco depois, aos 33’. Pela direita, Corona fez o que quis de Pité (adaptação falhada a lateral-esquerdo) e cruzou para a área; Osório cortou e a bola sobrou para Alex Telles, cujo remate saiu fraco e torto… mas foi ter aos pés de Aboubakar, que dominou e atirou. Cláudio Ramos – um dos grandes guarda-redes da Liga portuguesa – ainda defendeu à primeira, numa mancha sensacional, mas já não conseguiu deter a recarga do camaronês. A posição do avançado portista ainda suscitou algumas dúvidas, razão pela qual o árbitro Fábio Veríssimo pediu o auxílio da tecnologia. O vídeo-árbitro deu o aval e o golo contou.

Ainda antes do intervalo, duas grandes oportunidades: uma para cada lado. Primeiro, Marega, desta feita titular no lugar do lesionado Soares, a falhar um golo feito; depois, Hélder Tavares a atirar ligeiramente ao lado da baliza de Casillas.

Já no segundo tempo, um falhanço de Felipe logo a abrir e aos 63’, um tiro de Aboubakar ao poste. A partir daqui, o Tondela foi a equipa mais perigosa: aos 72’, Alex Telles negou o golo a Wagner, depois de uma saída estapafúrdia de Casillas a um cruzamento; aos 78’, o guardião espanhol redimiu-se e fez uma grande defesa a remate de David Bruno. Antes, já Cláudio Ramos se havia oposto de forma incrível a um remate de Marega – um cenário que se veio a repetir aos 87’. No último lance de perigo do encontro, Casillas esteve mais uma vez em evidência, defendendo um remate de Wagner. Custou, mas o FC Porto garantiu mesmo os três pontos.

Nos outros jogos do dia, destaque para o primeiro triunfo do Braga na prova: 2-1 ao Portimonense. Os algarvios, recém-promovidos, até começaram a vencer, mas um grande golo de Xadas e uma finalização perfeita de Rui Fonte selaram a reviravolta dos minhotos. Em Paços de Ferreira, a equipa local evitou, perto dos 90’, a derrota depois de ter estado a perder por 2-0 com o Aves: acabou 2-2.