A economia portuguesa cresceu 2,8% no segundo trimestre do ano por comparação com o mesmo período de 2016, um valor acima do crescimento médio da Zona Euro (2,1%) pelo terceiro trimestre consecutivo e que corresponde ao melhor semestre do país desde 2000.
Em relação aos primeiros três meses de 2017, a subida foi de 0,2%, valor mais baixo desde o segundo trimestre de 2016 e que compara com o crescimento trimestral de 1% que tinha sido registado entre janeiro e março deste ano.
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelados ontem, uma estimativa preliminar – os dados finais serão revelados a 31 de agosto – o comércio internacional deu o contributo negativo e e o investimento puxou a economia para cima.
“O Produto Interno Bruto (PIB), em termos homólogos, aumentou 2,8% em volume no 2º trimestre de 2017 (taxa idêntica à verificada no trimestre anterior). A procura externa líquida registou um contributo ligeiramente negativo para a variação homóloga do PIB, refletindo uma mais acentuada desaceleração em volume das Exportações de Bens e Serviços do que das Importações de Bens e Serviços”, revela a nota do INE divulgada ontem.
Compensação Uma diminuição das exportações superior às importações foi compensada pela “procura interna”, que manteve um contributo positivo elevado, “superior ao do trimestre precedente, em resultado da aceleração do Investimento”.
Em conferência de imprensa pouco depois da divulgação dos dados, o ministro das Finanças argumentou que “Portugal está a crescer de forma sustentada e equilibrada”.
Segundo Mário Centeno, que se congratulou com o “melhor crescimento em 15 trimestres, superior à média europeia”, os “números refletem o grande rigor das contas públicas, o maior reconhecimento internacional, máximos de confiança de consumidores e empresas e a melhor qualidade de vida dos portugueses que se traduz em mais emprego e menos desemprego”.
O responsável pela pasta das Finanças garantiu também que as “metas estipuladas para este ano, em matéria de crescimento económico e redução do défice vão ser cumpridas”, o que se traduzirá “inevitavelmente, numa redução da dívida pública, também ela para uma trajetória sustentável. E que no futuro permita reduzir o custo do endividamento em Portugal”.
Em comentário aos dados do INE, o PSD, pela voz de Duarte Pacheco, afirmou que estes são positivos e felicitou “os portugueses por isso”, ao mesmo tempo que advertia que o governo devia aproveitar a “conjuntura favorável” para fazer “reformas que o país precisa”.
Para o deputado social-democrata, devem aproveitar-se “os tempos de bonança para preparar os tempos de tempestade” que podem advir de qualquer “problema internacional” e “isso não está a ser feito”.
Já o PCP considera que os dados mostram que o crescimento económica do país é “travado e de certa forma limitado pelos desequilíbrios que a economia revela: com o aumento do consumo, do investimento e das exportações têm aumentado significativamente as importações”.
De acordo com Vasco Cardoso da Comissão Política comunista “é preciso apoiar o aparelho produtivo nacional, é preciso apoiar a produção nacional, é preciso substituir importações pela produção nacional para permitir que este crescimento deixe de ser um elemento apenas de passagem, mas seja um elemento que se consolide no futuro”.