O regresso de Maria Sharapova

Tenista russa recebeu um wild card para o quadro principal do quarto e último torneio do Grand Slam  da temporada, o US Open,  onde se sagrou campeã em 2006.

Mais de um ano depois, Maria Sharapova vai estar de novo nos grandes palcos do ténis. Afastada 15 meses da competição, depois de acusar positivo no teste antidoping realizado no Open da Austrália, em 2016, a tenista russa volta a ter motivos para sorrir. 

A organização do US Open atribuiu, na passada terça-feira, um dos oito wild cards disponíveis à atleta russa, um convite que permite à jogadora de 30 anos entrar diretamente no quadro principal do US Open.

«Obrigado US Open. Isto é muito especial. #arrepios», escreveu a campeã de cinco Grand Slams (Wimbledon 2004, US Open 2006, Open da Austrálisa 2008, Roland Garros 2012 e 2014), atualmente no 148.º posto da hierarquia mundial, na sua conta oficial do Twitter. 

A decisão de entregar um wild card à jogadora foi, no entanto, prontamente explicada pela entidade do evento desportivo: «A suspensão [15 meses] de Maria Sharapova foi totalmente cumprida pela jogadora e não teve qualquer influência na nossa decisão de lhe oferecer o wild card. Fomos coerentes com práticas antigas e oferecemos um convite a uma ex-campeã que precisava dele para entrar. Fizemos o mesmo com a Kim Clijsters, Martina Hingis, Juan Martín del Potro ou Lleyton Hewitt». 

A substância proibida 

Recorde-se que Maria Sharapova, após o resultado positivo no teste antidoping, defendeu que a «culpa» foi de um medicamento (Meldonium, usado para tratar doenças neurológicas e cardíacas) que tomava desde 2006 e que passou a ser proibido em janeiro de 2016. 

A tenista afirmou ainda que, em dezembro de 2015, recebeu um email da Agência Mundial Antidoping onde continha os nomes das novas substâncias proibidas, mas confessou que não leu o documento. «Assumo todas as responsabilidades, os meus erros e lamento desiludir os meus fãs com tudo isto. É importante dizer que a substância não estava na lista das proibidas até o ano passado. Tomei-a legalmente nos últimos dez anos. Em janeiro [de 2016], as regras mudaram, e a substância foi proibida e eu não sabia. É o meu corpo, é o que eu coloco dentro dele. Não posso culpar quem trabalha comigo», lamentou. 

Em março deste ano, Sharapova revelou também, em entrevista à Vogue, ter consumido mais álcool no período em que cumpriu a suspensão [até abril deste ano] do que durante a sua vida toda. «Neste último ano, o meu consumo de álcool foi muito maior do que em toda a minha vida», disse a tenista, explicando que só agora tinha conseguido «ter uma vida social». A par disso, Sharapova revelou que aproveitou para tirar um curso de verão na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e para colocar a leitura em dia.