As autoridades responsáveis pelas investigações à célula jihadista que se formou em Ripoll, que levou a cabo atentados em Barcelona e Cambrils, e que tinha planos para atacar outros monumentos e locais icónicos da Catalunha – a Sagrada Família de Barcelona faria parte da lista de alvos –, estão a estudar eventuais ligações entre os seus membros e outras redes terroristas internacionais.
O diâmetro das investigações alargou-se significativamente nos últimos dias, com a descoberta da existência de deslocações recentes de membros do grupo a países como França, Bélgica, Suíça ou Marrocos.
Relativamente ao primeiro destino, as autoridades têm em mãos registos que comprovam que pelo menos quatro jihadistas – incluindo o autor do atropelamento nas Ramblas – deslocaram-se a Paris, apenas cinco dias antes dos atentados, pelo que suspeitam que essa viagem poderá ter servido para ultimar os preparativos dos ataques que levaram à morte de 15 pessoas.
Por outro lado, o cabecilha dos crimes, Abdelbaki es Satty, terá vivido, durante o ano passado, na localidade belga de Vilvoorde, apontada pelas autoridades locais como um ninho de radicalismo islâmico. O seu alcaide revelou mesmo que Bruxelas comunicou a existência de suspeitas sobre o comportamento do imã junto das entidades espanholas competentes, algo que foi, no entanto, negado pelo ministro do Interior do governo de Mariano Rajoy.
Na pista terrorista surge igualmente Marrocos, de onde são naturais diversos membros da célula de Ripoll e para onde viajaram recentemente alguns deles. Para além disso, as próprias autoridades marroquinas prenderam, nos últimos dias, três pessoas suspeitas de ligações aos ataques na Catalunha e ao armazenamento de botijas de gás butano, na casa de Alcanar.
Uma outra viagem realizada por um dos terroristas a Zurique, na Suíça, em 2016, está igualmente a ser investigada.