Do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR) – criado com o objetivo de reduzir os incêndios florestais – apenas 18% foram gastos em previsão e foram as corporações de bombeiros a garantir o controlo de 71% dos fundos. Tal como avança o Público, de um total de 56 milhões de euros, a maior parte foi aplicada em meios de apoio ao combate e não na prevenção.
Os bombeiros receberam 40 milhões de euros e apenas 10,2 milhões acabaram na Instalação de Redes de Defesa da Floresta contra Incêndios, que contemplam a abertura de vias de circulação, a criação de áreas limpas de combustível nos povoamentos florestais ou acessos a pontos de água. Os restantes 5,8 milhões foram aplicados em Ações Inovadoras para a Prevenção e Gestão de Riscos, em Instrumentos de Planeamento, Monitorização e Comunicação e em Ações de Comunicação e Sensibilização para Prevenção de Incêndios Florestais.
Os gestores do PO SEUR reconhecem, num esclarecimento ao PÚBLICO, que não é feita uma distinção “taxativa” entre a “perspetiva de prevenção ou de combate”, até porque “o reforço das condições de operação das entidades responsáveis pelo combate aos incêndios reforça também a sua prevenção e a minimização dos seus efeitos”. Já o Ministério da Agricultura defende que os dez milhões aplicados na prevenção devem ser complementados com outros apoios e enumera: 46 milhões de euros do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) aplicados no combate a “agentes bióticos e abióticos”, 14 milhões do Fundo Florestal Permanente para o Programa Nacional de Sapadores Florestais e para os gabinetes técnicos florestais dos municípios e 12,7 milhões para 64 novas equipas de sapadores, 20 das quais já estão criadas.