‘Não há alternativa à austeridade? Essa mentira está agora desvendada’. É este o títuto de um artigo de opinião de Owen Jones e diz praticamente tudo sobre Portugal, que era o ponto central do artigo do The Guardian.
«Graças a Portugal, sabemos quão grande foi o falhanço desta experiência falhada na Europa», diz o colunista daquele jornal britânico, relembrando o descrédito que marcou o início da ‘geringonça’: falamos de uma nova experiência de Governo que fez com que «o desastre prometido» não se materializasse. Para Owen Jones, Portugal deve ficar orgulhoso de ter conseguido um crescimento sustentável e uma redução do défice em mais de metade para se fixar nos 2,1%. «Esta é a primeira vez que Portugal cumpre as regras orçamentais da Zona Euro», salienta. Em jeito de conclusão, o colunista vai mais longe e deixa claro que o caso português deve servir de exemplo para outros países: «Portugal dá a todos uma grande repreensão. A esquerda europeia deve usar a experiência portuguesa para remodelar a União Europeia e travar a austeridade em toda a Zona Euro. Ao longo da década perdida da Europa, milhões de nós consideraram que havia alternativa. Agora, temos a prova».
Portugal cresce
A economia portuguesa cresceu 2,8% no segundo trimestre do ano por comparação com o mesmo período de 2016, um valor acima do crescimento médio da Zona Euro (2,1%) pelo terceiro trimestre consecutivo e que corresponde ao melhor semestre do país desde 2000.
Em relação aos primeiros três meses de 2017, a subida foi de 0,2%, valor mais baixo desde o segundo trimestre de 2016 e que compara com o crescimento trimestral de 1% que tinha sido registado entre janeiro e março deste ano.
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelados ontem, uma estimativa preliminar – os dados finais serão revelados a 31 de agosto -, o comércio internacional deu o contributo negativo e o investimento puxou a economia para cima.
A verdade é que os indicadores portugueses têm sido melhores e o rosto destes resultados é Mário Centeno.
No entanto, ainda assim, sobre a comparação feita em Bruxelas entre o ministro das Finanças e Cristiano Ronaldo, Mário Centeno considerou que a referência era «elogiosa para a economia portuguesa», mas repetiu que os resultados que têm sido alcançados são fruto de um trabalho coletivo.
O que lhe vale o elogio do articulista do The Guardian.