António Almeida Tomé
Professor Doutor Catedrático
Este processo constitui uma ação imprescindível em cursos ministrados nas grandes empresas multinacionais dos países mais avançados económica, tecnológica e cientificamente, como os Estados Unidos e a Alemanha, com o knowledge e a especialização a integrarem cursos em Institutos e Universidades.
Para além dos Estados, também as empresas, organizações, instituições e universidades se encontram hoje a atuar em paralelo num mundo conflitual, de intensa competitividade e de continuas transformações, e onde não existe lugar para aqueles atores estaduais e privados que não se apercebam das alterações e acelerações no tempo em cenários internacionais onde a competição predomina.
Desta evidência ressalta a importância da estratégia como doutrina e arte do planeamento, da liderança e de atuação nos mercados e nas fontes do saber nacionais e internacionais. Donde a necessidade de se dispor em tempo real e a todo o momento da informação estratégica mais relevante quanto às operações no terreno de execução dos objectivos dos Estados, das empresas e das organizações. Envolve elevado dinamismo adaptativo das empresas em competição pela conquista dos mercados junto das grandes massas consumidoras. Integra uma área multidisciplinar que exige elevada especialização e capacidades humanas, obrigando a dispor em permanência das tecnologias da informação e dos meios que permitam comunicar a informação mais relevante aos operadores no terreno em tempo real. Em situações de crise ou de guerra, é um processo que irá materializar a realização e o sucesso da força militar ao serviço do Estado.
De tudo sobressai a importância de conhecer a fundo e em permanência a rápida evolução da conjuntura e a dinâmica do complexo cenário mundial das relações internacionais, num mundo em mutação onde os jogos de Poder e de projeção da Força por parte dos Estados se tornaram abrangentes às organizações, às elites partidárias ideológicas e às empresas.
Compete ao Estado a preparação e a formação de especialistas nas áreas social, económica, de informações e de Intelligence, para além das científica e tecnológica, visando enquadrar os vários setores macroeconómicos que permitam enfrentar os inerentes desafios políticos e económicos. A elevada competição daí resultante obriga o Estado e as empresas a desenvolverem em permanência e de forma inteligente estratégias competitivas com recurso a Sistemas de Apoio à Decisão e às Tecnologias de Informação e de Comunicação, nos diversos cenários políticos e naqueles dos mercados internacionais.
Num mundo globalizado dominado pelos “motores” económico, financeiro e tecnológico, o correto planeamento estratégico e seu treino e simulação em modelos assume carácter de urgência, por possibilitar a obtenção em tempo útil de informação “vital” abarcando extensa área multidisciplinar; o que obriga à formação cognitiva avançada do líder que toma a decisão, do militar que planeia e cumpre a estratégia, do professor que ensina e demonstra, ou do funcionário que executa; todos elementos que têm de se integrar numa nova dinâmica em que o espaço cedeu lugar ao tempo.
Num mundo extremamente competitivo onde o conhecimento das alterações e da postura dos competidores é indispensável, Portugal terá de recuperar rapidamente do atraso em que se encontra relativamente a estas áreas, que se tornam cruciais para a vitalidade do País e o sucesso das empresas.