O Ministério Público (MP) está a investigar os vários casos que têm vindo a público sobre viagens que alegadamente terão sido pagas por empresas privadas a altos quadros do Estado e a políticos.
Em causa estão viagens feitas a convite da multinacional chinesa Huawei, pagas pela NOS, a pelo menos cinco funcionários dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde – incluindo o presidente desta entidade – que acabaram por se demitir.
O caso veio a público no final do mês de julho, através do “Observador”, e as deslocações têm a data de junho de 2015. As despesas com o bilhete de avião, estadia e alimentação terão sido suportadas pela NOS, de acordo com o “Expresso”. O caso levou o ministro da Saúde a pedir uma auditoria “urgente” à Inspeção Geral das Atividades em Saúde e também o Ministério Público fez saber que abriu uma investigação e “procedeu à recolha de elementos” que foram enviados para o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.
Além destes dirigentes na Saúde, a Huawei terá ainda convidado funcionários da Autoridade Tributária e vários políticos dos PSD e autarcas.
A somar ao caso Huawei há ainda viagens à California alegadamente pagas pela Oracle, empresa de tecnologia e informática, avançou ontem o “Observador”. Também estas viagens estão a ser passadas a pente fino pelo Ministério Público, que disse ao i estar a “recolher elementos” sobre este caso. A Oracle terá pago, em 2014, viagens a São Francisco a cinco altos funcionários do Estado, de entidades da tutela dos ministérios da Segurança Social, das Finanças, do Ministério da Administração Interna e do Ministério da Saúde. Destes cinco funcionários, há três que ainda exercem funções públicas, diz ainda o “Observador”. Os convidados foram aos EUA para assistirem a um evento mundial organizado pela empresa de tecologia, o Oracle Open World. Na sequência da notícia do “Observador” o MAI decidiu pedir à Inspeção Geral a abertura de um inquérito a todos os funcionários da tutela sobre viagens pagas por empresas. O relatório deverá estar concluído dentro de um mês.
Por enquanto, ainda não foram constituídos arguidos, disse ainda o MP ao i.