Depois das contratações milionárias levadas a cabo pelo Manchester City e pelo Paris Saint-Germain neste mercado de transferências, a Liga Espanhola pediu à UEFA que investigue os gastos do emblema inglês e do emblema francês de modo a ficar esclarecido se tanto os citizens como os parisienses cumpriraram as regras do Fair-Play Financeiro (FPF). Javier Tebas, presidente da liga espanhola, afirmou à Associated Press que os dois clubes beneficiam de apoios estatais, contribuindo deste modo para uma “distorção das competições europeias” que “está a prejudicar, de forma irreparável, a indústria do futebol”.
Recorde-se que o City gastou até ao fecho do mercado uma quantia astronómica de 228 milhões de euros com a aquisição de cinco reforços. Além do guarda-redes brasileiro Ederson (40 milhões de euros), vindo do Benfica, e do internacional português Bernardo Silva (50 milhões), chegado do Mónaco, o clube orientado por Pep Guardiola ainda garantiu o francês Mendy (57 milhões), provceniente também ele do emblema de Leonardo Jardim, o inglês Kyle Walker (51 milhões) e o brasileiro Danilo (30 milhões). Já o vice-campeão de França deixou tudo e todos com a cabeça à roda depois de oficializar a contratação do brasileiro Neymar por 222 milhões de euros, a contratação mais cara de sempre na história do futebol mundial. Além disso, no último dia do mercado em solo francês, o PSG ainda garantiu o empréstimo do jovem Kylian Mbappé, proveniente do atual campeão em título no mesmo país, arrastando para 2018 a opção de compra num negócio que se calcula na ordem dos 180 milhões de euros.
City não será investigado
Em comunicado a UEFA adiantou que o emblema da Premier League não será alvo de averiguação por parte do organismo. “Não há qualquer investigação quanto ao Manchester City tendo em conta os regulamentos do fair-play financeiro. Quaisquer notícias que mencionem uma investigação não têm fundamento”, cita a BBC.
Relativamente ao clube de França, a UEFA já tinha adiantado, na passada sexta-feira, “a abertura de uma investigação formal”. “A investigação vai incidir no cumprimento do clube tendo em conta o break-even estipulado, na sequência das recentes contratações”, explicou. A UEFA vai “reunir regularmente, por forma a avaliar cuidadosamente toda a documentação afeta a este caso”, pode ler-se na mesma nota em que a estrutura garantiu ainda que não vão ser feitos mais comentários até ao fim do processo. “[A UEFA] considera o Fair-Play Financeiro um mecanismo de governação essencial, que pretende garantir a sustentabilidade financeira do futebol europeu de clubes. A UEFA não fará mais comentários sobre este assunto enquanto a investigação decorrer”, escreve em jeito de conclusão.