Desde que foi noticiado que a Impresa se preparava para vender alguns dos títulos, a empresa tem vindo a perder terreno. Só esta quarta-feira, o grupo de Francisco Pinto Balsemão afundou 10%, naquele que foi o terceiro dia de recuos. A situação da empresa é ainda mais complicada se recuarmos até ao momento em que foi feito o cancelamento da emissão de dívida: desde então recuou 31%.
Na verdade, desde maio, que as ações não desciam tanto (fecharam a valer 27 cêntimos). A acompanhar a onda das descidas está também a Confina, com um recuo de 0,94% para 0,42 euros. A perda de terreno aconteceu depois de surgirem rumores de que o grupo, dono do desportivo “Record” e do “Correio da Manhã”, estava prestes a pôr em marcha um plano de fusão de redações do grupo.
Mesmo tendo Otávio Ribeiro, diretor-geral editorial da empresa, negado essa possibilidade, a verdade é que a Cofina perdeu 1%.
Reestruturação nos grupos
Com os lucros a descerem, tanto a Impresa como a Cofina apresentaram planos de reestruturação. No caso da empresa de Paulo Fernandes, o lucro caiu 14,4% em 2016, face a 2015, para 4,3 milhões de euros, e as receitas operacionais recuaram 0,7% para 99,9 milhões de euros. E foram estes resultados que ditaram despedimentos, que surgiram na sequência da reorganização interna que já tinha sido anunciada.
No documento de divulgação de resultados, o grupo tinha referido que ia “aprofundar a sua política de reforço da eficiência operativa como forma de fazer frente ao ambiente de mercado extremamente adverso”, sublinhando que “serão aprofundadas medidas de corte de custos nas áreas mais expostas ao ciclo e, em simultâneo, serão reforçadas as áreas de crescimento, como a televisão e o ‘online’”.
Já no caso da Impresa, a dona da SIC fez saber que admite vender ou fechar alguns dos títulos, no âmbito de um “reposicionamento estratégico” da sua atividade, que passa por um “enfoque primordialmente nas componentes do audiovisual e do digital”.
De acordo com a empresa, as alterações vão implicar uma “redução da sua exposição ao setor das revistas e um enfoque primordialmente nas componentes do audiovisual e do digital”. “Nesse sentido, [a Impresa] iniciou um processo formal de avaliação do seu portfólio e respetivos títulos, que poderá implicar a alienação de ativos. A prioridade passa por continuar a melhorar a situação financeira do grupo, assegurando a sua sustentabilidade económica, e logo a sua independência editorial”, pode ler-se numa nota do grupo.
Entretanto, também o grupo Motor Press, que em 2009 fechou duas revistas e avançou para um despedimento coletivo, anunciou ontem aos colaboradores que a empresa pediu insolvência. Recorde-se que o grupo – que detém títulos como a “Autohoje”, “Pais & Filhos” e “Motociclismo” -, chegou a ter presença em 22 países da Europa, América e Ásia com mais de 40 publicações.