Dois congressistas norte-americanos do Partido Democrata estão determinados em apurar a natureza das relações entre o antigo conselheiro da Casa Branca para a Segurança Nacional, Michael Flynn – demitido do cargo em menos de um mês da tomada de posse – e elementos ligados ao Kremlin.
Numa carta enviada aos advogados do general e a duas empresas relacionadas com o caso, tornada ontem pública, Eliot Engel (Nova Iorque) e Elijah Cummings (Maryland), pedem a Flynn que apresente provas concretas que refutem a alegada promoção – antes e depois da campanha eleitoral – dos planos, de âmbito privado, de construção de dezenas de reatores nucleares russo-americanos no Médio Oriente.
“A população americana merece saber se o general Flynn promoveu secretamente os interesses privados destes empresários enquanto conselheiro de campanha, membro da equipa de transição, ou conselheiro do Presidente Trump para a Segurança Nacional”, escreveram os congressistas.
A desconfiança dos democratas prende-se, em grande medida, com uma viagem que Flynn fez a Israel e ao Egipto, em junho de 2015, supostamente para promover o referido projeto, e que foi omitida pelo próprio, aquando da renovação da sua certificação de segurança, em 2016. “Tendo em conta os depoimentos, parece que o general Flynn violou a lei federal”, sugerem Cummings e Engel, lembrando ainda que aquele tipo de violação legal acarreta uma punição “até cinco anos de prisão”.
Os dois congressistas pediram então uma resposta ao advogado de Flynn até ao próximo dia 4 de outubro e relevaram ter fornecido todo o material que relevante para o caso ao ex-diretor do FBI e atual conselheiro especial, Robert Mueller, o responsável máximo pelas investigações o alegado conluio entre a equipa de campanha do presidente dos Estados Unidos e representantes do governo russo, com vista à interferência das eleições presidenciais de novembro do ano passado.