Donald Trump: o patriota globalista e “freedom man”

1.Para muitos, Donald Trump era incapaz de vestir o fato presidencial: os seus modos eram demasiado televisivos, de show man, insusceptíveis de se adequarem às exigências próprias das relações diplomáticas. Pois bem, perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, o Presidente Donald Trump provou que tais dúvidas eram manifestamente infundadas. Tal como já manifestara nas…

1.Para muitos, Donald Trump era incapaz de vestir o fato presidencial: os seus modos eram demasiado televisivos, de show man, insusceptíveis de se adequarem às exigências próprias das relações diplomáticas. Pois bem, perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, o Presidente Donald Trump provou que tais dúvidas eram manifestamente infundadas. Tal como já manifestara nas semanas anteriores (designadamente com a resposta às catástrofes naturais que assolaram os Estados Unidos), o Presidente Donald Trump demonstrou ser um verdadeiro líder político – e o líder do mundo livre.

2.Efectivamente, o discurso perante os representantes das Nações do mundo foi notável, quer na forma, quer no conteúdo. Na forma, o Presidente Trump representa uma “lufada” de ar fresco no contexto político internacional – finalmente, temos, de novo, um líder que fala claro, de forma congruente, sobre todos os pontos que a actualidade internacional impõe.

 Barack Obama era um orador muito virtuoso – mas apresentava, sistematicamente, rodeios excessivos na abordagem aos problemas internacionais (e de política interna norte-americana). Obama sacrficava a força da ideia à força da palavra: o seu estilo era mais lírico do que político.

Inversamente, o Presidente Trump ressuscita a tradição americana de falar claramente, de evidenciar tolerância – sem abdicar da força dos princípios. Sem abdicar da firmeza das convicções – o elemento essencial para fazer o mundo girar.

 Foi este o exemplo de Henry Truman.

Foi este o legado do Presidente Ronald Reagan.

É este o estilo do Presidente Trump: o discurso a que acabamos de assistir, em directo de Nova Iorque, já tem o seu lugar na história como um dos melhores de sempre proferidos por um Presidente dos Estados Unidos da América perante a Assembleia das Nações Unidas.

3. Até porque o discurso de hoje é uma síntese perfeita da doutrina Trump: esta assenta, essencialmente, no patriotismo global.

Ao contrário do que muita gente tem escrito em publicações (outrora) de referência, as duas ideias não são antagónicas, muito menos inconciliáveis – o patriotismo pode ser global; como o globalismo pode ser patriota.

 Pois bem, o paradigma das relações internacionais dos últimos anos tem sido, precisamente, o globalismo patriota. A doutrina Obama pode bem ser incluída nesta concepção de política externa baseada na liberdade de comércio, na progressiva abertura das fronteiras e na aspiração a um “governo global” que impusesse um modelo político-económico a todas as nações. Tais características explicam o seu lado globalista.

E o seu lado patriota? Enfim, o seu lado patriota decorre de genuinamente se considerar que os interesses nacionais são melhor prosseguidos desta forma – o que poderia mostrar-se correcto quanto a potências como os EUA, Alemanha, França ou Reino Unido.

 Concretamente, no caso da administração democrata de Barack Obama, os inspiradores da doutrina do “globalismo patriota” partiam da premissa de que as vantagens comparativas dos EUA os levariam indelevelmente à liderança global. Daí a aposta de Obama e Hillary Clinton (então Secretária de Estado) no continente asiático, em detrimento do espaço europeu.

4.Todavia, não é certamente o caso da doutrina do Presidente Trump: o actual Presidente dos Estados Unidos da América é um “patriota globalista”.

Donald J. Trump acredita que a força motriz da história é a soberania dos Estados, a força dos Estados e dos seus povos – os quais convivem, no plano externo, com outros Estados, forjando amizades, alianças e planos de actuação comuns em função de princípios e valores comummente partilhados.

Não há um mundo forte – sem Estados fortes.

Não há paz internacional – sem paz nos e entre os Estados.

Não há um Governo global – há o governo dos Estados e o governo alicerçado em regras, costumes e princípios seguidos, por acordo, nas relações entre os Estados (e institucionalizados através da criação de organizações internacionais).

 Não há desenvolvimento económico internacional – sem desenvolvimento económico dos Estados.

Não há uma defesa  global da dignidade da pessoa humana , que seja efectiva – sem uma defesa intransigente da dignidade da pessoa humana no plano dos Estados.

 É, pois, o patriotismo – a defesa da história, da cultura, dos valores de cada Estado, da sua bandeira, do seu hino – que poderá conduzir ao desenvolvimento da humanidade.

5.E daqui estes corolários: todo o globalismo tem que partir do patriotismo; todo o patriotismo não dispensa o globalismo.

Multilateralismo que dispense o unilateralismo não passa de mera fantasia ou ilusão.

Unilateralismo, que negue o multilateralismo, não passa de acção política inútil, mera demonstração de força  totalmente inapta para alcançar os resultados pretendidos.

Eis, pois, as linhas essenciais da doutrina Trump, sem prejuízo de desenvolvermos tais corolários em artigos subsequentes, aqui no “SOL” e no “i”.

6.Por outro lado, o Presidente Trump fez questão de colocar a reforma das Nações Unidas como prioridade a seguir pelo Secretário-Geral António Guterres (o qual, aliás, já tem fama de levar com sucesso políticas de rigor na ONU: quem diria que o socialista que levou Portugal ao pântano seja o mesmo que esteja a aplicar a austeridade no seio das Nações Unidas? – eis a prova provada de que, afinal, todos podemos mudar para melhor, aprendendo com os nossos erros!), bem como a intransigência para com as loucuras (que bem poderão ser trágicas) do “homem foguetão” da Coreia do Norte – o louco irresponsável comunista Kim Jong-Un.

 Que o “homem liberdade” (“freedom man”) Donald Trump nos salve a todos contendo o “homem foguetão” (rocket man) –evitando, destarte, uma catástrofe mundial possivelmente sem precedentes.

7.Enfim, o discurso de Trump – o primeiro na ONU, enquanto Presidente dos Estados Unidos e do mundo livre – vale a pena ser visto e revisto.

Até para reter, para memória futura e aplicação presente e permanente, a sua bela lição sobre o socialismo (que parece, nos nossos dias, tristemente esquecida): “o problema da Venezuela não foi executar o socialismo de forma incompetente – o problema da Venezuela foi aplicar fielmente o socialismo. Desde a União Soviética, passando por Cuba pela Venezuela, onde quer que o socialismo e o comunismo tenham sido adoptados, esta ideologia desacreditada apenas espalhou a fome e a miséria”. Uma lição a reter – e a nunca esquecer. A bem do futuro da humanidade…

joaolemosesteves@gmail.com