O Supremo Tribunal Federal do Brasil decidiu esta quarta-feira enviar uma segunda acusação contra Michel Temer para avaliação do Congresso, que em agosto já recusou um primeiro processo que implicava o presidente brasileiro em crimes de obstrução de Justiça e associação criminosa.
A acusação enviada esta quarta-feira é semelhante e também implica Michel Temer em crimes de obstrução de Justiça e associação criminosa. O caso começou a ser discutido no Supremo Tribunal Federal há uma semana e foi decidido apenas ao início da noite pela maioria dos magistrados.
O procurador-geral brasileiro acusa Michel Temer de ter participado numa célula que tirou proveito do esquema de corrupção na Petrobras e que faturou mais de 156 milhões de euros em subornos. A acusação pede também que outros visados sem privilégios políticos sejam já julgados.
O Supremo Tribunal tem que decidir se aprova ou não acusações contra o presidente da República. Agora, cabe ao Congresso aceitar que Michel Temer seja julgado no exercício do seu mandato ou, como fez em agosto, recusar e adiar esse julgamento até que o presidente abandone o cargo.
A votação não foi pacífica e alguns Magistrados no Supremo defenderam que a segunda acusação a Temer em dois meses tem motivos políticos por parte do procurador-geral Rodrigo Janot, que enviou a denúncia a poucas semanas do fim do mandato e da tomada de posse da sucessora, Raquel Dodge.
Foi, pelo menos, o que argumentou Gilmar Mendes, que disse que há questões por resolver nas denúnicas a Temer feitas por um dos donos da JBS, de quem partiram as escutas em que o presidente do Brasil parece autorizar o pagamento de subornos a antigos políticos envolvidos na rede de corrupção da Petrobras.