Eleições ADSE. Sindicatos reforçam poder no conselho geral

A lista G, apoiada pela Frente Comum, elegeu três elementos, enquanto a lista E, apoiada pela FESAP, conseguiu eleger João Proença

Os sindicatos reforçaram a sua presença no conselho geral e de supervisão da ADSE. As eleições para este órgão consultivo decorreram na terça-feira e, de acordo com os dados divulgados por este subsistema de saúde, a lista G, apoiada pela Frente Comum, conseguiu eleger três elementos dos quatro que estavam a ser disputados, depois de ter alçando 8315 votos.

Francisco José dos Santos Braz, da lista G, foi o primeiro eleito, seguido por António José Coelho Nabarrete, da mesma lista. O terceiro eleito foi João Proença, da lista E, antigo líder da UGT, e que era apoiada pela Federação de Sindicatos para a Administração Pública (FESAP) – obteve 3136 votos –, e o quarto eleito foi Manuel Ramos, também da lista G.

Tal como o i avançou, as listas supostamente de independentes foram dominadas por sindicatos. Às eleições de 19 de setembro concorreram três listas apoiadas ou ligadas aos sindicatos que já estão, por inerência, representados no conselho geral e de supervisão, que tem como missão emitir pareceres prévios sobre os objetivos estratégicos da ADSE, os planos de atividades, o orçamento e sustentabilidade, assim como supervisionar a atividade do conselho diretivo deste subsistema de saúde.

De acordo com a ADSE, este processo eleitoral contou com a participação de 18 421 votantes, tendo sido obtidos 18 067 votos válidos, depois de apurados 187 votos nulos e 167 votos em branco – um processo que foi marcado por elevada abstenção, uma vez que contou com a presença de 2,2% dos 830 mil beneficiários titulares que podiam votar.

A lista A, que contava com o apoio do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) e tinha como elegível a própria presidente da estrutura sindical, obteve 1790 votos.

Já a lista liderada por Crisóstomo Teixeira obteve 2564 votos, enquanto a de Arminda Pica alcançou 1327. As restantes listas não chegaram aos 500 votos.

Críticas ao processo

Tanto a Frente Comum como a Frente Sindical para a Administração Pública criticaram estas eleições face às dificuldades identificadas pelos sindicatos e por funcionários públicos que tentaram votar e não conseguiram.

“É incompreensível que as pessoas tenham estado mais de duas horas na fila para votar, o reduzido número de mesas de voto e que haja beneficiários que não foram informados do processo eleitoral em regiões inteiras”, lamentou José Abraão, acrescentando que foram também reportados problemas com o voto online.

Também Ana Avoila considerou “inqualificável o procedimento dos responsáveis da ADSE” no processo eleitoral.

A ADSE – agora um instituto tutelado pelos ministérios da Saúde e das Finanças – vai ser dirigida por um conselho geral composto por 15 membros, seis indicados pelo governo, quatro representantes dos beneficiários da ADSE, três dos sindicatos da administração pública – Federação dos Sindicatos da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (FESAP), Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública e Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado e Entidades com Fins Públicos (STE) – e dois das associações de reformados.