Tanto Marcelo Rebelo de Sousa como António Costa garantem que o relatório secreto sobre Tancos, divulgado pelo “Expresso” no sábado, não existe. A Polícia Judiciária respondeu ao i que não o recebeu e o mesmo disse o Ministério Público ao “Diário de Notícias”. Aliás, o primeiro-ministro vai mais longe e chama-lhe “documento fabricado” que “não é de nenhum organismo oficial do Estado português”.
O “Expresso”, que já veio reiterar a veracidade do documento, noticiou no sábado que um relatório dos serviços de informações militares enviado à Unidade Nacional de Contraterrorismo da Polícia Judiciária e aos Serviços de Informações e Segurança (SIS), sobre o desaparecimento de armas dos paióis de Tancos, classificava a condução do processo pelo ministro da Defesa, Azeredo Lopes, como de “ligeireza, quase imprudente” e “atitude de arrogância cínica”.
“Receio muito que estejamos a falar sobre algo fabricado e não sobre um documento autêntico. Um documento autêntico já sabemos que não é”, disse Costa à imprensa. Azeredo Lopes alinhou pelo mesmo diapasão, acrescentando a importância de saber “com que motivação foi fabricado esse documento, falsamente atribuído aos serviços de informações”.
O Presidente também afirmou que não existe nenhum relatório oficial, “nem da parte do Estado-Maior General das Forças Armadas, nem do SIS, nem do SIED [Serviços de Informações Estratégicas de Defesa]”.
No PSD, depois das críticas de Passos Coelho ainda no sábado, ontem foi a vez de Luís Montenegro recorrer à ironia para comentar: “Para quem já disse que isto era importante, depois que não era importante, depois que talvez fosse assalto mas talvez não fosse assalto, depois vir dizer que o relatório não é autêntico, mas não vir negar a sua existência, de facto, só falta António Costa dizer que a responsabilidade do assalto em Tancos é do PSD e do dr. Pedro Passos Coelho.”