Portugal está preparado para ter o melhor ano de sempre no setor do turismo. Até ao final do ano deverá receber mais de 21 milhões de turistas, o que compara com os 19,1 milhões do ano passado. Segundo as contas da secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, o objetivo é crescer 10% em relação a 2016 e, neste momento, o número está a crescer acima da meta estabelecida na Estratégia Turismo 2027, na qual tinha sido definido um crescimento anual de 8%.
Também as previsões da hotelaria são otimistas. De acordo com a Associação da Hotelaria de Portugal, 2017 “será o terceiro ano de crescimento, o que vai permitir consolidar resultados”. Este aumento da procura nos hotéis foi também acompanhado pelos preços pagos nas unidades hoteleiras, que registaram igualmente um crescimento.
E os números falam por si: o número de dormidas de turistas em Portugal superou pela primeira vez os 30 milhões no conjunto dos primeiros sete meses do ano, apesar de um abrandamento no crescimento tanto das noites como do número de hóspedes e de proveitos.
Entre janeiro e julho, a hotelaria portuguesa registou 32,13 milhões de dormidas, acima dos 29,6 milhões contabilizados um ano antes, no mesmo período. No mesmo intervalo, o país recebeu 11,6 milhões de hóspedes, acima dos 10,6 milhões no período homólogo de 2016.
Contas feitas, a indústria do turismo representa já 7% do produto interno bruto (PIB).
Capital sempre a subir
Lisboa é um dos principais mercados a impulsionar este crescimento. Em julho, os hotéis atingiram níveis recorde tanto em termos de ocupação como em termos de valores. Os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística evidenciam que, em todas as regiões, o alojamento turístico teve mais receitas por hóspede este julho que há um ano, com a Área Metropolitana de Lisboa a ter a segunda subida mais forte depois da do Porto e Norte, com +9,9% ou mais 15,5 euros.
Aliás, os hotéis na capital tiveram o melhor julho desde, pelo menos, 2007 tanto em ocupação como em preço, com uma única exceção, a ocupação dos 5 estrelas, que ficou 1,4% aquém do ano passado.
De acordo com as contas do presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, o setor representa cerca de 80 mil empregos diretos e um valor económico de cerca de 6300 milhões de euros, do ponto de vista de vendas. Ou seja, é três vezes superior ao valor da Autoeuropa e cerca de quatro vezes todo o setor do calçado.
Taxa turística
Com o aumento do turismo em Lisboa, também as receitas provenientes da taxa turística já representam 15,7 milhões de euros para a capital. Em média entram 1,1 milhões de euros por mês. Este valor – de um euro por noite – é cobrado não só pelas unidades hoteleiras tradicionais, como também pelo alojamento local. Só este último contribuiu com 4,5 milhões de euros de taxa turística ao município de Lisboa no ano.
A verba arrecadada pelo município tem como destino financiar vários projetos na cidade. Ao todo foram aprovados sete projetos que representam investimentos de 33,7 milhões de euros até 2019, dos quais 18,2 milhões serão suportados diretamente pelo Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa, e 15,5 milhões de euros por outras entidades.
O Experiência Pilar 7 – Centro Interpretativo da Ponte 25 de Abril é um desses projetos e que abre hoje as portas ao público. Trata-se de um miradouro junto ao tabuleiro por onde circulam os carros na Ponte 25 de Abril, a 80 metros de altura. O projeto custou 5,3 milhões de euros, assegurados parcialmente pela taxa que é cobrada aos turistas que visitam Lisboa. O equipamento vai ser gerido pela Associação de Turismo de Lisboa por um período de 15 anos e espera 150 mil visitantes anuais.