Nem nos seus sonhos mais felizes Assunção Cristas teria imaginado um resultado como o que alcançou ontem em Lisboa. Não só a líder do CDS conseguiu superar o resultado do seu antecessor, Paulo Portas, quando foi a votos na capital, não só chegou aos 10% e ao limiar dos dois vereadores, como foi ainda mais longe. Mercê de uma péssima candidata do PSD, de uma campanha sem eira nem beira dos sociais-democratas, Cristas consegue um resultado histórico na autarquia lisboeta, tornando o CDS numa grande força política na capital.
Não foi a única boa notícia dos centristas que mantiveram as cinco câmaras que tinham elegido em 2013 – onde haviam juntado quatro à única que lideravam, Ponte de Lima, – e juntaram ainda mais uma que roubaram ao PSD: Oliveira do Bairro, que já tinha sido do CDS-PP entre 1989 e 2005. A euforia invadiu o Largo do Caldas e Cristas, vestida de vermelho, falava em “noite histórica” para o partido. “Os objetivos foram superados”, reforçou a líder centrista. Tal foi o resultado de Cristas em Lisboa que a líder do CDS não se coibiu de enviar um recado para o PSD: “Em Lisboa somos certamente os líderes da oposição e a nível nacional tudo faremos para também o ser”. Um toque arrogante que, apesar dos números reforçados, pareceu demasiado exagerado.
No entanto, com o PSD de rastos, liderado por um homem que pretende levar até ao fim a sua teimosia, mesmo que com isso leve o partido atrás, o CDS conseguiu apenas superar o Bloco de Esquerda em termos nacionais. Mas, perante uma plateia radiante, Cristas não se conteve e mostrou-se “animada e confiante” para a oposição à ‘geringonça’.